"Depois de escrever este texto sobre a Madeira no Notícias ao Minuto, pensei que as coisas iam acalmar e encarreirar. Mas não!
Miguel Albuquerque esteve, de novo, na ilha do Porto Santo em gozo de férias! Depois de muitas críticas e pressões, decidiu hoje visitar as zonas afetadas.
Finalmente! Até que enfim! Vale a pena criticar.
Eu, sinceramente, não queria acreditar. Perante o cenário dantesco e de destruição na Madeira, pelo incêndio que lavra desde quarta-feira, era de bom senso ficar na Madeira, para se inteirar e poder dar apoio presencial aos madeirenses a tudo que se passasse.
Tem essa obrigação como presidente do Governo regional da Madeira, e também por que está a arder a Floresta Laurissilva, considerada em 1999 pela Unesco como Património da Humanidade.
De novo, a ter uma atitude errática e sem nexo. Começou por reagir tardiamente ao incêndio, numa primeira fase não aceitou apoio do Continente, depois, disparou em toda a gente que o criticou. Depois, borrifou-se e voltou para as suas férias. Mas, num golpe de sensatez, voltou à Madeira.
Começou por demorar a estar presente e não interrompeu as férias. O incêndio começou na quarta-feira, mas só saiu das suas férias de Porto Santo para estar na Madeira no sábado. Podia ter feito ‘mea culpa’ e perceber o quão não foi solidário e líder nesta catástrofe.
Eu penso que Miguel Albuquerque está com uma “síndrome de poder”. O seu comportamento e atitudes são altamente condenáveis. Só reage muito pressionado e a destempo. Miguel Albuquerque uma vez no poder, tornou-se um convencido e esqueceu completamente o objetivo para que foi eleito.
A ideia que ele tem de si é a de ser uma pessoa boa que protege os cidadãos da Madeira e desempenha um papel indispensável. Em contrapartida, imagina que tem o direito de se permitir certos caprichos e de fazer tudo que quer, sem que ninguém tenha nada a dizer. Mesmo cometendo atos repreensíveis, acha que não é grave, tendo em conta a dedicação (pensa ele) com que cumpre a sua tarefa.
Quando se detém o poder e a força do poder deve-se ser duplamente vigilante e ouvir quem não está de acordo connosco. A democracia, nos dias que correm, já não é ‘blasé’, as pessoas estão atentas, informadas e exigentes.
Miguel Albuquerque que apunhalou Alberto João Jardim para ascender ao poder, pensa que sabe tudo, mas ainda, tem muito que aprender com Alberto João Jardim. Alberto João Jardim nunca cometeria tantos erros seguidos, sempre teve um lado humilde e reconhecimento de falhas ou excessos para melhorar e fazer avançar a Madeira."
Leia Também: Madeira? "Procura dos responsáveis parece procura para a guilhotina"