Numa pergunta dirigida ao ministro António Leitão Amaro, através da Assembleia da República, os bloquistas lembram que a greve que arrancou hoje foi anunciada já no passado dia 6 de agosto, dando "margem temporal de resposta ao Governo" para responder às reivindicações e discutir os serviços mínimos da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
Lembrando o "volume de processos pendentes" na AIMA, o BE procura também "entender que razões levaram o Governo a pôr em risco os objetivos traçados para a eliminação de pendências na AIMA" ao "não garantir serviços mínimos e ao não encetar negociações com as estruturas sindicais".
"Além disso, não nos podemos esquecer que estes processos pendentes na AIMA dizem respeito à vida e ao futuro de milhares de pessoas migrantes, muitas delas em situação precária e sem apoio, aguardando há meses e anos uma decisão por parte do Estado Português. Cada dia de atraso é um dia de angústia e de falta de direitos para estas pessoas", acrescenta o partido.
O Bloco relembra que "a falta de recursos na AIMA é um problema grave que já se vem arrastando desde a sua criação" e que os seus funcionários "estão absolutamente assoberbados, esgotados, com más condições laborais e salariais e sem sinais de melhoria à vista".
Por isso, considera o partido, "é natural que estes trabalhadores reivindiquem, através da greve, melhores condições de trabalho":
Além de questionar sobre se já houve ou não alguma contacto do Governo com os sindicatos para discutir serviços mínimos e encetar negociações, o partido quer também perceber como é que o executivo pretende "fazer face à acumulação de pendências que necessariamente se vai manter ou agravar" com os trabalhadores a fazerem greve ao trabalho suplementar.
A greve às horas extraordinárias na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que hoje se inicia, deverá ter mais impacto no trabalho interno e não na relação com os utentes, disse fonte sindical.
A paralisação tem como prazo o final do ano, "vai atrasar os processos", porque o trabalho extraordinário está "efetivamente a recair no 'back office' e não tanto no 'front office', porque o "front office tem um horário de funcionamento" para os clientes que não inclui essa horas extraordinárias, afirmou à Lusa Artur Cerqueira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
Esta quarta-feira, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) lamentou que a AIMA não tenha mostrado abertura para discutir a greve às horas extraordinárias.
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