Numa pergunta divulgada hoje pelo partido, os centristas questionam o Governo sobre se considera "que as campanhas desta natureza devem usar fórmulas que não estimulem polémicas desnecessárias" e devem evitar "dividir a sociedade à volta de agendas fraturantes".
Em causa está um questionário `online´ intitulado "Vamos falar de menstruação?", com o objetivo de "realizar um diagnóstico de situação sobre saúde menstrual em Portugal", e para o qual a DGS "convida à participação de todas as pessoas que menstruam".
A escolha de palavras da DGS já tinha gerado um pedido de esclarecimento do deputado social-democrata Bruno Vitorino, que alegou "que a mudança de linguagem deriva da ideologia defendida por alguns e não da ciência".
O CDS-PP junta-se às críticas ao executivo - do qual o partido faz parte - afirmando que a "apenas as mulheres - que nascem com útero - menstruam até determinada fase da sua vida" e que, por isso, "não faz sentido a adoção, por parte de autoridade públicas, de fórmulas de linguagem nascidas em perspectivas de reconstrução social que dividem profundamente a sociedade".
Nesta pergunta, os centristas lembram também que esta é uma matéria que não está incluída no acordo de coligação celebrado com o PSD.
"Os três partidos têm identidades diferentes e continuarão a honrar a sua história e a sua singularidade na avaliação de valores fundamentais e de consciência. Mas o PSD, o CDS-PP e o PPM têm cultura de compromisso, capacidade de entendimento e experiência de Governo", explicou o partido em nota enviada aos jornalistas.
À agência Lusa, fonte da direção dos centristas garante não haver "nenhum problema entre os partidos", apenas uma afirmação das posições do CDS nesta matéria.
A mesma fonte explica que os requerimentos dos centristas cumprem com "todas as obrigações em termos de lealdade institucional", tendo havido "contactos prévios no âmbito do Governo e com o parceiro de coligação", mas que este requerimento surge dentro do "espaço político próprio do grupo parlamentar do CDS".
No passado dia 13 de agosto, em resposta a uma pergunta do Bloco de Esquerda sobre o mesmo assunto, noticiada pelo Público, o gabinete da ministra da Juventude Margarida Balseiro Lopes explicou que estão incluídas entre as "pessoas que menstruam", não só mulheres bem como "pessoas transgénero e não binárias", o que implica "a utilização de linguagem neutra do ponto de vista do género para se referir a produtos menstruais".
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