"Quando é que a TAP é privatizada? Como é que é privatizada? Como é que é defendido o direito do dinheiro dos contribuintes? Estas são as questões que importam", defendeu o deputado liberal Rodrigo Saraiva, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
A auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) às contas da TAP, avançada na segunda-feira pela SIC e à qual a Lusa teve acesso, revela que companhia aérea foi comprada em 2015 com garantia da própria empresa.
A IGF sugeriu ainda o envio do relatório da auditoria ao Ministério Público (MP).
Além de transparência no processo de reprivatização do atual Governo, o deputado da IL quer também saber "quando é que os 3,2 mil milhões de euros poderiam ser devolvidos aos contribuintes portugueses", com críticas ao anterior executivo socialista liderado por António Costa.
"Convém recordar os 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes que foram injetados pelo governo de António Costa e pelo governo do PS na TAP. A pergunta permanece: quando é que será devolvido esse dinheiro aos contribuintes portugueses? Já todos percebemos que não. E depois, essa história dos 200 e tal milhões da Airbus que foram entregues a David Neeleman para depois entrarem na TAP, não bate a bota com a perdigota quem está a atacar esse valor, quando depois não quer falar dos 55 milhões que foram entregues pelo governo de António Costa a David Neeleman para ele sair da TAP", argumentou.
Interrogado sobre se devem ser retiradas consequências políticas dos resultados da auditoria da IGF, Rodrigo Saraiva respondeu: "O senhor primeiro-ministro é que tem que fazer essa avaliação. A nós, neste momento, não nos parece que exista necessidade disso".
Na ótica da IL, o relatório da IGF "não traz grandes novidades", salientando que o documento resulta do trabalho da comissão de inquérito à gestão da TAP e que agora cabe ao Ministério Público (MP) "avaliar a licitude ou não" dos procedimentos em causa.
O deputado liberal defendeu ainda que "o Estado português, como qualquer Estado, não tem que estar a gerir empresas de aviação".
"É um negócio privado, é um negócio muito complexo, e que gestores públicos possam não ter competência para o fazer. Os privados sabem fazer melhor", considerou.
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