"O Governo, se continuar nesta rota, não só de monólogo, mas também de falta de sensibilidade para aquilo que é hoje uma visão mais plural na Assembleia da República, e de consciência até que um Governo de minoria não é um Governo maioritário, e que tem, por isso, de dialogar efetivamente com todas as forças políticas, não contará efetivamente com o apoio do PAN", disse Inês Sousa Real na `rentrée´ política do partido que decorreu em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Não contará com o apoio do PAN se "voltar a baixar o IVA das touradas, continuar a perpetuar os financiamentos aos combustíveis fósseis ou fizer retrocessos em direitos humanos", exemplificou.
Dizendo que é preciso acabar com o financiamento aos combustíveis fosseis, Inês Sousa Real salientou que é preciso perceber que o clima mudou e que as políticas nesta área também têm de mudar, pelo que defendeu uma aposta séria na proteção ambiental e na preservação da biodiversidade.
Na sua opinião, o executivo de Luís Montenegro, "que prometia resolver os problemas dos cidadãos, tem-se revelado um `flop´".
"Limita-se a apresentar planos e planinhos que não saem do `powerpoint´ e que acabam por não dar resposta às questões que afetam diariamente os portugueses", vincou.
Em matéria de educação, Inês Sousa Real criticou o Governo por estar a ponderar o aumento das propinas numa altura em que faltam mais de 12.000 camas para alojar os estudantes.
Já na saúde, a porta-voz do PAN lamentou o constante encerramento de urgências obstétricas e reforçou que a solução para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é a sua privatização, "tal como defende o PSD".
A líder do partido criticou ainda o Governo por "continuar a deixar a regulamentação da lei da morte medicamente assistida na gaveta".
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