O antigo presidente do Partido Social-Democrata (PSD), Luís Marques Mendes, comentou, este domingo, a troca de 'galhardetes' entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, sobre as reuniões para negociar a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
"O primeiro-ministro fez um comunicado duro, um pouco até assassino, mas compreensível. Porque se tinha criado na opinião pública a ideia de que o Governo fugia ao diálogo e não queria marcar reuniões, portanto pôs os pontos nos 'is'", começou por dizer Marques Mendes, no seu espaço habitual de comentário na SIC.
E completou: "O comunicado já surtiu efeito. O objetivo era marcar uma reunião, já está marcada, uma hora depois do comunicado. Luís Montenegro tinha um objetivo, já alcançou o objetivo."
Para Marques Mendes, Pedro Nuno Santos "fez o que se esperava, que era reagir". "Já o comunicado das 20h00 tinha criticado o Governo, mas tinha aberto a porta", admitiu o comentador político, ressalvando que "já há reunião marcada, que era o importante".
"Da experiência que tenho, acho que vai haver entendimento, nem que seja na 25.ª, 26.ª ou 27.ª hora. Todos têm a noção, ainda por cima do que aconteceu esta semana; as pessoas estão mais irritadas, mais sensíveis, não passa pela cabeça uma crise política. As pessoas não têm paciência, seria uma loucura total", considerou.
Marques Mendes argumentou que "para as questões de natureza técnica, há dezenas de soluções técnicas, é facílimo, o importante é a vontade política" e, "se os dois líderes se juntarem e tiverem vontade política", vai "haver um entendimento".
"É do domínio da racionalidade que a ideia de uma crise política e de eleições não interessam a ninguém", acrescentou.
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