Chumbo do OE e... eleições? "O Chega é o partido que tem mais a perder"

O antigo ministro das Infraestruturas João Galamba comentou as 'reuniões secretas' que aconteceram entre o Executivo e o partido liderado por André Ventura, assim como a troca de farpas com o líder da oposição, Pedro Nuno Santos.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
27/09/2024 08:02 ‧ 27/09/2024 por Notícias ao Minuto

Política

João Galamba

O socialista João Galamba comentou, na quinta-feira, as 'polémicas' que têm rondado a proposta do Orçamento do Estado esta semana, nomeadamente, a reunião entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o líder do PS, Pedro Nuno Santos, que se reúnem esta sexta-feira - depois de vários 'desencontros' na agenda, e uma troca de comunicados bem 'acesos'.

 

Também as 'reuniões secretas' entre o Executivo e o Chega foram tema - a que, na opinião do antigo governante, se deve prestar mais atenção.

"Pelas 'linhas vermelhas' definidas pelo Partido Socialista e pela importância do lado do Governo em concretizar essas medidas, nomeadamente, a nível da descida da taxa do IRC, e do IRS Jovem, não vejo como é que possa haver um acordo em torno destas matérias", afirmou no seu espaço de comentário na CNN Portugal, quando questionado sobre se acreditava num acordo já 'fechado' esta tarde esta tarde.

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O Executivo e o Partido Socialista parecem ter abandonado o 'fantasma do verão passado', quando o assunto Orçamento e eventuais negociações para a estabilidade política começaram a ser colocadas em causa. Após uma troca de farpas mais acesas entre líderes partidários, já há data para uma reunião.

Teresa Banha com Lusa | 08:48 - 23/09/2024

"No entanto, como esta dança dos últimos tempos entre vários partidos inclui também o Chega - e com a ameaça do Presidente da República de que havendo um chumbo do Orçamento do Estado, haverá eleições - parece-me que, dos três partidos, o que tem a perder a ir para eleições será o Chega", considerou.

O antigo ministro das Infraestruturas explicou a sua análise, recordando que o PS teve cerca de 28% dos votos e que, a seu ver, "não tem muito por onde descer". "O único incentivo que Luís Montenegro terá para esticar a corda e forçar eleições será a expetativa de ir buscar votos ao Chega. Não estou a ver onde poderá ir buscar votos a outro partido", afirmou. 

Ainda em relação à proposta orçamental, que tem de ser entregue no Parlamento até 10 de outubro, Galamba defendeu que devia ser prestada mais atenção ao partido liderado por André Ventura, e às suas declarações, dado que "depois de certezas bastante veementes de que jamais aprovaria" este OE, "parece ter vindo a recuar". "E parece-me que ele vai continuar a recuar até à aprovação final. Isto é mesmo quem é que tem mais a perder", reforçou, sublinhando que André Ventura perderia parte do seu grupo parlamentar caso houvesse uma ida às urnas.

"Eu prestaria mais atenção em termos de conteúdo e da possibilidade de um acordo entre as conversas mais e menos visíveis entre Governo e o Chega, do que à reunião", apontou.

Leia Também: "Reuniões secretas" ou "com discrição"? PS e PSD de candeias às avessas

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