Maria das Dores Meira justifica candidatura com "estagnação" em Setúbal
A ex-presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, afirmou hoje que se candidata como independente à presidência do município sadino "porque quem ama Setúbal não pode ficar indiferente à estagnação do concelho".
© Global Imagens
Política Setúbal
"Sou candidata porque o espaço público está descuidado e sem brilho, porque os projetos de desenvolvimento estão parados, porque, na gestão municipal, reina a desorientação e a incapacidade para decidir ou para dirigir os serviços municipais", disse Maria das Dores Meira na apresentação da candidatura às eleições autárquicas de 2025.
Perante centenas de apoiantes, que, apesar da chuva, marcaram presença na apresentação da candidatura, na placa central da avenida Luísa Todi, Maria das Dores Meira defendeu que nem a atual gestão camarária, de maioria CDU, nem o PS, segunda força política do concelho, estão à altura de governar o município.
"Sou candidata porque Setúbal não pode ficar para trás, parada no tempo, nas mãos dos que mostram que não estão à altura das responsabilidades e das necessidades do concelho. Sou candidata porque Setúbal não pode estar entregue ao populismo dos que governaram o município e deixaram Setúbal na bancarrota, o que demorou 20 anos a recuperar", justificou a candidata independente, referindo-se à atual gestão da CDU e à maioria PS que governou o município no final do século passado, até ao ano de 2001.
Maria das Dores Meira anunciou também um conjunto de prioridades que tem para o concelho de Setúbal, desde a melhoria e limpeza do espaço público, à criação de uma polícia municipal e discussão pública para a eventual implementação de um sistema de videovigilância em alguns locais.
A construção de uma marina, conseguir que a administração central assuma a ligação fluvial entre Setúbal e Troia como um serviço público de transportes com preços acessíveis, o reforço da ligação da cidade ao rio Sado e a apresentação das candidaturas `Setúbal, Cidade Verde´ e `Setúbal, Capital Europeia da Cultura´ foram outras prioridades anunciadas.
Sobre o estacionamento tarifado em diversas zonas residenciais da cidade, pelo qual é sistematicamente responsabilizada pelo PS e pelo PSD, Maria das Dores Meira não só prometeu resolver o problema, como recusou qualquer responsabilidade pela atual situação que está na origem do protesto de muitos setubalenses.
"O contrato que assinei como presidente da Câmara de Setúbal [eleita pela CDU] não é o que está a ser implementado. O contrato assinado ficou-se no papel. Hoje temos outra coisa e os responsáveis pouco têm feito para a corrigir", justificou.
"O contrato de estacionamento inclui uma série de contrapartidas para o município: a construção de dois parques de estacionamento subterrâneos e o arranjo e manutenção das ruas com estacionamento tarifado, entre outras", sublinhou Maria das Dores Meira, assegurando que a empresa concessionária não está a cumprir o contrato e que a Câmara Municipal também não está a cumprir as suas obrigações.
Presidente da Câmara de Setúbal entre 2006 e 2021, primeiro em substituição de Carlos de Sousa (também eleito pela CDU), que renunciou ao mandato por ter perdido a confiança política do PCP, e depois como presidente eleita em 2009 (com 38,83% dos votos), 2013 (41,93%) e 2017 (49,95%), Maria das Dores Meira, que, entretanto, se desfilou do PCP para se apresentar às eleições autárquicas de 2025 como independente, terá como mandatário o ex-médico da seleção nacional de futebol Henrique Jones.
Como cabeça de lista à Assembleia Municipal, Maria das Dores Meira conta com outro médico, David Martins, um ex-socialista que foi diretor e presidente do conselho de administração do Hospital de São Bernardo, ambos presentes na cerimónia de apresentação pública da candidatura, tal como o cantor setubalense Toy, que há três anos foi apoiante do atual presidente do município, André Martins.
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