Ventura tem "forma de provar" reunião com Montenegro. Negar? "Amadorismo"
A polémica instalou-se entre o Executivo e o Chega - e em causa estão negociações que terão acontecido por forma a viabilizar o OE.
Notícias ao Minuto | 22:51 - 11/10/2024© José António Rodrigues/Partido Socialista/Flickr
Política Partido Socialista
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, voltou a falar das cinco reuniões que, alegadamente, aconteceram entre o Governo e o Chega.
"Não sabemos quem está a mentir e não peçam ao PS para escolher. Há uma coisa que nos sabemos. Para dizer 'não é não' a André Ventura bastava uma reunião. Não eram duas. Para não falar das cinco, que ainda não foram confirmadas", disse socialista, em Penafiel, onde decorre o Congresso das Federações do PS.
No 2.º discurso do dia, Pedro Nuno reforçou que "não era preciso mais do que uma reunião" entre o Executivo e o Chega, terceira força política, para dizer "não é não", uma expressão utilizada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para traçar 'linhas vermelhas' com o partido liderado por André Ventura.
"Nós temos o direito de saber. Porque saber o que aconteceu diz muito sobre quem governa Portugal. É por isso que temos o direito de saber. É por isso que temos o direito de ser clarificados. Porque enquanto se dizia 'não é não' ao país, não é aceitável que no recato das reuniões se estivesse a tentar outra coisa qualquer", afirmou, repetindo: "Nós não sabemos quem mete".
Em causa estão as revelações dos últimos dias, em que André Ventura diz que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lhe propôs um acordo de governação 'em troca' da viabilização do Orçamento do Estado - ou seja, o Chega faria parte do Governo, em troca de uma 'luz verde' na altura de votar o orçamento. No sexta-feira, André Ventura revelou que teve cinco reuniões com Montenegro, e que a pedido do Governo estas deveriam ser mantidas em segredo. Segundo Ventura, Montenegro disse que Pedro Nuno era "infantil", amuado" e "não era de confiança".
E quanto ao Orçamento, Pedro Nuno garantiu, mesmo após algumas das cedências feitas pelo Governo da Aliança Democrática: "Este Orçamento não é nem nunca será um Orçamento do PS. Não é, nem nunca será. E é bom que ninguém se engane sobre isto - nem fora, nem dentro do PS".
E o secretário-geral explicou que o documento nunca 'pertencerá' aos socialistas, não só pelo que tem, mas principalmente por aquilo que lhe falta. Lembrando a campanha de Montenegro, na qual foi "prometido" um crescimento económico de 3%, Pedro Nuno afirmou: "Já sabemos e estamos muito habituados à Direita prometer uma coisa na campanha e fazer outra quando está a governar. Nunca pensámos que fosse tão rápido. É que bastaram alguns meses para apresentarem o seu programa de médio-prazo a Bruxelas. E o que dizem? Que em média Portugal crescerá acerca de 2%. A média de crescimento do país e economia durante oito anos do PS foi 2.2%. Aquilo que o Governo está a dizer é que nos anos do PSD o país não vai crescer mais, vai mesmo crescer menos do que os anos que cresceu durante os anos do PS".
[Notícia atualizada às 19h26]
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