É preciso decidir por país "dilacerado por ódio" ou "unido por respeito"

Duas manifestações saem à rua no sábado. Uma delas é organizada pelo Chega e "em defesa da polícia". Por outro lado, há uma outra manifestação organizada por familiares de Odair Moniz, associações de moradores do Bairro do Zambujal, movimento Vida Justa e outros movimentos sociais. Ambas terminam na Assembleia da República.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
25/10/2024 15:49 ‧ há 4 semanas por Notícias ao Minuto

Política

Bloco de Esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, comentou, esta sexta-feira, o que se vive nos últimos dias com os desacatos na Área Metropolitana de Lisboa, sendo também questionada sobre o cenário de sábado, quando duas manifestações vão sair à rua.

 

"Portugal será dilacerado pelo discurso de ódio, pelo incitamento ao crime que é feito por líderes parlamentares e deputados, ou será um país unido pelo respeito. Essa é a decisão que temos de fazer", afirmou, quando questionada pelos jornalistas, em Lisboa.

"Ou somos um país que nos reconhecemos enquanto um povo, o mesmo povo, e que garantimos que a lei é igual para todos e que nos respeitamos a todos e que não abandonamos ninguém - ou então estamos à mercê do discurso de ódio. Essa é a grande escolha que fazemos [nos dias de] hoje", distingiu.

Mariana Mortágua pediu que houvesse uma "resposta muito firme" perante as palavras do líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que esta semana disse que "se calhar, se [os polícias] disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem".

"Se a polícia atirasse a matar, o país estava em ordem". Eis as reações

Palavras do líder parlamentar do Chega estão a causar polémica nas redes sociais. Várias personalidades, políticas (e não só) já reagiram. "Não é a polícia que defendem. Querem um Estado autoritário", argumentou Brilhante Dias.

Notícias ao Minuto | 09:53 - 24/10/2024

"Na prática, incentivou à prática de crimes", indicou, lembrando as palavras proferidas por Pedro Pinto, que a par do líder do partido, André Ventura, poderá vir a ser alvo de uma queixa-crime por parte do Ministério Público - depois de ter sido apresentada uma proposta por parte de vários subscritores.

"Não é assim que conseguimos pacificar o nosso país. É garantindo o respeito por toda a gente e pela lei, que deve ser igual para todos, incluindo para o líder parlamentar do Chega", rematou, quanto a este assunto.

O líder do Chega já reagiu a esta situação, anunciada esta sexta-feira, dizendo que não será com uma queixa que "vão calar" o Chega, ou ao próprio. André Ventura afirmou que esta eventual queixa era "uma coisa sem nenhum sentido e sem nenhum cabimento num momento em que a justiça está entupida de trabalho".

Queixa-crime?

Queixa-crime? "É uma coisa sem nenhum sentido e sem nenhum cabimento"

Vários subscritores avançaram com uma queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, que fez declarações polémicas esta semana. Entre os subscritores estão a antiga ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, João Maria Jonet, Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes.

Notícias ao Minuto | 11:46 - 25/10/2024

Ventura apontou ainda que achava "estranho que uma antiga ministra estivesse entre os subscritores de uma queixa-crime por delito de opinião". Entre as subscritores da queixa-crime está a antiga ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, João Maria Jonet, Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes.

Leia Também: BE e PCP saúdam queixa-crime contra declarações de Ventura e Pedro Pinto

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