À margem do início do debate do Orçamento do Estado, Marisa Matias considerou que este era uma "armadilha".
Ao lado do líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, que defendia, em declarações à RTP3, que este documento era bom para a vida das pessoas, a deputada bloquista considerou que "este é um mau Orçamento porque é uma armadilha para o país".
Sublinhando que o Executivo "fazia passar" este documento como aquele que atualizava, "e bem", alguns complementos salariais nas mais variadas áreas, Marisa Matias defendeu que não era isso que defendia este documento.
"Não é isso que define o Orçamento. Em relação a isso existe uma enorme maioria que as faria aprovar sem nenhuma dificuldade. O que define o Orçamento é um agravamento da desigualdade. O que está em causa são medidas concretas para favorecer grandes empresas, grandes grupos económicos, mas nenhuma resposta para os problemas essenciais da Saúde e da Habitação", defendeu.
A deputada exemplificou ainda com o caso da habitação, que é uma "das maiores crises" que Portugal enfrente atualmente, dizendo que há edifícios que fazem parte do património público, mas que o Governo prefere colocar "ao serviço da especulação imobiliária" e também em relação a impostos.
"Não há nenhuma medida à limitação de rendas ou à especulação. Não há nenhuma intenção de aumentar a habitação pública em Portugal", afirmou.
No próximo dia 4 arranca a apreciação na especialidade, fase que só terminará com a votação final global do documento marcada para dia 29.
No OE2025, o Governo prevê um crescimento económico de 2,1% no próximo ano, um excedente orçamental de 0,3% e que a dívida pública se reduza para 93,3% do PIB.
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