Harris e Trump? "Ó América, como é que não compreendeste a diferença?"
O socialista deu conta da "diferença abissal para com o derrotado de 2016", numa referência às ações levadas a cabo pelo agora presente-eleito Donald Trump que, em 2020, não aceitou os resultados que davam a vitória a Joe Biden.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política Santos Silva
O antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, voltou a enaltecer a postura da vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, na quinta-feira, questionando-se como é que o país não compreendeu “a diferença” entre a democrata e o republicano Donald Trump.
“O discurso de derrota de Kamala Harris foi exemplar. Reconheceu o resultado, felicitou publicamente o vencedor, garantiu uma transição pacífica do poder, acarinhou os seus eleitores e exortou-os a acreditar na democracia americana. E foi firme na afirmação de que continuará a lutar pelos valores e ideias que defendeu”, considerou, na rede social Facebook.
O socialista deu ainda conta da “diferença abissal para com o derrotado de 2016”, numa referência às ações levadas a cabo pelo agora presente-eleito Donald Trump que, em 2020, não aceitou os resultados que davam a vitória a Joe Biden, o que culminou no assalto ao Capitólio, em janeiro daquele ano.
“Ó América, como é que não compreendeste a diferença?”, questionou.
Já na quarta-feira, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros confessou estar “profundamente dececionado com o resultado das eleições norte-americanas”, mas deixou “um preito de homenagem a Kamala Harris”.
“Pela maneira como defendeu os valores democráticos, o respeito pela dignidade da pessoa humana, a inclusão de todos numa sociedade coesa porque diversa. E pela maneira como fez a campanha, sem expressões soezes, nem insultos, nem ameaças, nem promessas de tumulto e guerra. E pela alegria, o humor, a jovialidade que trouxe. Com o triunfo de Trump, os populistas ficaram mais fortes? Pois temos de ser nós, também, mais fortes”, escreveu.
Recorde-se que Trump foi eleito para o cargo de 47.º presidente dos Estados Unidos, depois de ter conquistado mais do que os 270 votos do colégio eleitoral necessários. O magnata segue também à frente da adversária democrata no voto popular, com 50,7% contra 47,7% dos votos contados.
Além disso, o Partido Republicano recuperou a maioria no Senado, ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos. Na Câmara dos Representantes, segue igualmente na frente no apuramento com 211 mandatos, a apenas sete da maioria.
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