O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, saudou, esta quinta-feira, a decisão de reformar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) com ambulâncias dos bombeiros durante o inverno, mas lamentou a falta de uma "visão global e estruturada".
"A medida em concreto parece-me bem. Parece-me útil e desejável que haja reforço dos meios do INEM, todos percebemos que o INEM está muito depauperado dos seus recursos e que é preciso reforçar as capacidades", começou por referir em declarações aos jornalistas, em Lisboa, após ser questionado sobre o reforço com ambulâncias dos bombeiros.
No entanto, o liberal afirmou parecer-lhe "mal" o facto de não existir uma "visão global e estruturada para o INEM". "Todos percebemos que as coisas estão difíceis, que há socorro que não é prestado. Todos sabemos que não é de agora. Em julho, há havia taxas de inoperabilidade de meios na ordem dos 75%, no Algarve, por exemplo", elucidou.
Apesar de o primeiro-ministro ter afirmado, na semana passada, que iria "apresentar um plano para o INEM", Rui Rocha frisou que "cada dia que passa é um dia de atraso na solução" dos problemas.
"As coisas não deviam ter começado agora, deviam ter começado com outros governos. E mesmo com este, já agora, que se encontra em funções há meses e já devia ter uma visão integrada para o INEM", atirou.
Sublinhe-se que o Ministério da Saúde decidiu criar um Dispositivo Especial de Emergência Pré-Hospitalar, que pode ter até 100 equipas dos bombeiros, para funcionar entre dezembro e fevereiro.
O presidente da IL criticou também a decisão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de assumir a tutela da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), lendo essa mudança como estranha e sinal de que "se está a passar alguma coisa grave, e que não há controlo da situação".
Rui Rocha disse também que a ministra da Saúde está a "tentar puxar tudo a si porque já não confia no secretário de Estado" e sublinhou que fica a dúvida de que pode estar, por trás desta decisão, "alguma tentativa de condicionamento da própria IGAS".
"Neste momento, o bom senso aconselharia a que não se estivesse a mexer na tutela do IGAS, num momento em que estão a ser produzidas investigações e relatórios", concluiu.
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