Comité Central do PCP deverá ser mais pequeno, ter mais mulheres e jovens

O Comité Central do PCP eleito no próximo congresso deverá ser mais pequeno e ter mais mulheres e jovens, anunciou o secretário-geral do partido, admitindo que não será ainda atingida a desejada taxa de representatividade de mulheres.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
01/12/2024 06:31 ‧ 01/12/2024 por Lusa

Política

PCP

Em entrevista à agência Lusa a propósito do XXII Congresso do PCP, que se realiza em Almada entre 13 e 15 de dezembro, Paulo Raimundo confirmou que a composição do próximo Comité Central do PCP vai corresponder aos critérios que estão definidos nas Teses/Projeto de Resolução Política divulgada em setembro, e atualmente em discussão entre as bases do partido: uma direção mais pequena, com mais jovens e mais mulheres.

 

"Vai ser tudo confirmado. Não consigo antecipar as conclusões nem muito menos a composição do Comité Central, mas posso-vos garantir que estamos a trabalhar para que os critérios que definimos para a composição do Comité Central sejam concretizados", afirmou Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP frisou que, atualmente, o Comité Central é composto por 149 membros e prevê-se uma "redução ligeira" desse número, com vista sobretudo a agilizar o funcionamento do órgão e tornar as suas reuniões mais operacionais.

"Costumam ser dois dias de reuniões, com dois pontos de trabalho. Se cada membro fizer uma intervenção de sete minutos, em média, percebe-se o que se está a falar. Portanto, a questão é reduzir ligeiramente para permitir um melhor funcionamento do órgão, mas sem pôr em causa aquilo que queremos, que é um órgão amplo", disse.

A próxima direção comunista também deverá ter "mais mulheres e mais jovens", afirmou o secretário-geral do PCP, que reconheceu contudo que, em termos da representatividade das mulheres nos órgãos de direção, o partido ainda não vai conseguir atingir a taxa que deseja.

Paulo Raimundo referiu que, atualmente, cerca de 33% dos militantes do partido são mulheres e afirmou que o PCP se está a esforçar para que, "no mínimo, essa percentagem tenha uma expressão a todos os níveis da vida do partido, inclusive no Comité Central".

Vamos fazer "uma alteração que procura corresponder a esse objetivo, mas julgo que ainda não estamos em condições de dizer, com toda a segurança, que se vai inverter. Isso não vai ser possível concretizar ainda, mas temos esse esforço", afirmou.

Sobre o facto de, nas Teses/Projeto de Resolução Política, se identificar que o partido perdeu cerca de dois mil militantes nos últimos quatro anos, Raimundo disse não encarar os números "como uma situação assustadora", salientando que se devem ao facto de ter havido cinco mil saídas, "a larga maioria das quais por questões de falecimentos", e destacando que, no mesmo período, o partido conseguiu recrutar 3.500 novos militantes, "uma parte substancial deles jovens".

Paulo Raimundo disse ainda ver sinais positivos a nível da responsabilização dos militantes do partido - uma das tarefas que tem definido como prioritárias -, anunciando que o objetivo fixado pelo PCP em 2022 de chegar até ao Congresso deste ano com mil novos quadros responsabilizados vai ser "cumprido e até superado".

Questionado se não teme que essa dinâmica - militantes mais velhos do PCP a falecerem e menos jovens a filiarem-se - também se pode refletir nas urnas, Paulo Raimundo disse que, com 48 anos, já ouviu muitas vezes "a afirmação de que é para o ano seguinte" que o seu partido vai desaparecer, e recusou a ideia de que o partido esteja com dificuldade em rejuvenescer-se.

"Desafio outros partidos a, nas suas direções centrais e intermédias, ter o mesmo número de jovens que o PCP tem. É um desafio que fica", disse, reiterando que o número de recrutamentos do partido entre as camadas mais jovens "está a crescer".

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