Estas posições foram trocadas entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro na abertura do debate quinzenal no parlamento, o primeiro desde que o PS viabilizou a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
O líder socialista abriu o debate criticando o fim do regime de manifestação de interesse em matéria de política de imigração, dizendo que a atual falta de uma alternativa ao anterior regime está a provocar problemas de falta de mão-de-obra em setores como a construção civil, agroindústria ou turismo.
Pedro Nuno Santos estimou que faltam cerca de 80 mil trabalhadores, que está em risco a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que o Governo tomou essa medida restritiva apenas por "disputa política com o Chega".
"O Governo criou um problema a si próprio, ao país e à economia nacional. Por isso, queria perguntar em que se traduz concretamente a chamada via verde, quais são as novas medidas que facilitarão agora, depois do que fizeram, a entrada de trabalhadores estrangeiros?", questionou o secretário-geral do PS.
No plano político, primeiro-ministro respondeu associando antes o PS ao Chega.
"Sobre convergência com o Chega, o senhor deputado [Pedro Nuno Santos] e o PS dão lições a qualquer outra bancada, incluindo ao Governo, porque naquilo que é essencial em matéria de impostos, ou de pensões, os senhores estão de acordo, conversam, combinam e têm chegado a entendimentos mesmo contra a vontade do Governo", declarou o líder do executivo.
Depois, frisou que o seu executivo recusa "portas escancaradas" ao nível da imigração e defendeu que se exige visto de trabalho para a entrada em Portugal.
Luís Montenegro adiantou que o Governo está no presente a trabalhar com os setores que carecem de mão-de-obra e que se procura facilitar o acesso à habitação para uma melhor integração social.
"Estamos a solucionar os 400 mil processos pendentes que o Governo anterior nos legou. Não abdicamos que haja um visto de trabalho ou de procura de trabalho para aqueles que se dirigem a Portugal. É verdade que há setores que estão muito carenciados e estamos a trabalhar com esses setores e com os vários departamentos do Estado. É preciso que venham com uma oferta de emprego garantida, como também uma integração facilitada, nomeadamente com o acesso à habitação", respondeu.
[Notícia atualizada às 16h43]
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