PS/Madeira lamenta recusa de partidos em procurar "solução governativa"

O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, disse hoje que os partidos da oposição que recusaram o convite dos socialistas para procurar uma "solução governativa" na região revelaram que querem "deixar tudo como está", mas sublinhou continuar disponível para "abrir caminhos".

Notícia

© Paulo Spranger /Global Imagens

Lusa
11/12/2024 21:42 ‧ há 1 hora por Lusa

Política

Paulo Cafôfo

"Os partidos convidados não quiseram sequer reunir-se ou sentar-se com o Partido Socialista", lamentou Paulo Cafôfo, em conferência de imprensa na sede do partido, no Funchal, referindo-se à recusa do JPP, IL, PAN e BE face ao convite formulado pelo PS para uma reunião.

 

O convite, anunciado por Cafôfo na terça-feira à noite na RTP/Madeira, surge sequência do chumbo do Orçamento da região para 2025 e da discussão e votação na próxima semana da moção de censura ao executivo social-democrata minoritário apresentada pelo Chega.

O líder socialista explicou que, ao formular o convite, não impôs "absolutamente nada", vincando que o objetivo era avançar com uma "solução governativa" tendo em consideração probabilidade de eleições antecipadas.

"O PS não impôs nenhum formato de entendimento. Nem coligações, nem geringonças, nem acordos parlamentares, muito menos casamentos e noivados", declarou, acrescentando: "Não importava para nós a forma de entendimento, importava era que os partidos se sentassem e dissessem aquilo que queriam para o futuro da região e que pontes de união podíamos construir para uma solução governativa."

Paulo Cafôfo esclareceu que se tratou de um "convite formal por escrito", enviado por email, e que o próprio contactou telefonicamente cada um dos respetivos líderes daqueles partidos.

"Comunicámos isso na RTP e simultaneamente enviámos essa comunicação aos partidos", precisou, adiantando que "não vale a pena criarmos novelas sobre a questão dos convites".

Para Paulo Cafôfo, o importante é que "o PS está disposto a abrir caminhos, a convergir, a estabelecer pontes de união com os partidos que queiram a mudança na região", mas também considerou que no atual quadro parlamentar "não é possível termos uma solução governativa".

"Eu acho que essa situação já se esgotou. Eu acho e considero que a única forma de podermos sair deste impasse é irmos a eleições", disse, para logo reforçar: "A nossa perspetiva não era apresentar neste quadro parlamentar [...] uma solução governativa, mas estávamos a pensar no futuro com eleições antecipadas."

O líder do PS/Madeira, o maior partido da oposição regional, reiterou que o presidente do Governo é o responsável pela instabilidade política no arquipélago, lembrando que cinco elementos do executivo, entre os quais Miguel Albuquerque, foram constituídos arguidos este ano em processos sobre suspeitas de corrupção.

"Se quisermos resultados diferentes, não podemos fazer tudo exatamente igual àquilo que temos feito até agora", disse, defendendo que, no atual contexto, os partidos da oposição devem fazer uma escolha.

"Ou querem que o PSD continue à frente dos destinos da Madeira, mantendo tudo como está, ou estão dispostos a fazer e a contribuir para uma mudança política na região", explicou, adiantando que, nesse sentido, lançou o convite ao JPP, IL, PAN e BE para uma reunião.

A recusa destes leva Paulo Cafôfo a considerar que pretendem "deixar tudo como está", pelo que, defendeu, só o PS é alternativa e, face a eleições antecipadas, vai apresentar um "projeto sério, diferenciado, credível, com propostas e soluções responsáveis e com pessoas com capacidade e competência".

"Para o PS, não basta protestar, votar contra o Orçamento, ou deitar abaixo o Governo de Miguel Albuquerque por deitar abaixo. Para nós importa, além do protesto, construir outro futuro para a Madeira de forma série e responsável", declarou.

As propostas de Orçamento e Plano de Investimentos para 2025 apresentadas pelo Governo da Madeira foram rejeitadas na segunda-feira, após discussão na generalidade, um chumbo que aconteceu pela primeira vez no parlamento regional.

As propostas mereceram os votos contra de PS, JPP, Chega, IL e PAN.

PSD e CDS-PP, que têm um acordo parlamentar, insuficiente para garantir a maioria absoluta, foram os únicos a votar a favor.

O chumbo do Orçamento não implica a demissão do Governo, mas significa que a região será governada em regime de duodécimos em 2025 ou até que novos documentos sejam apresentados e aprovados.

Para dia 17, terça-feira, está marcada a discussão e votação da moção de censura ao Governo de Miguel Albuquerque apresentada pelo Chega.

Leia Também: Cafôfo: Não é responsabilidade do PS/Madeira aprovar Orçamento Regional

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas