O motorista do vice-presidente da Assembleia da República, Diogo Pacheco Amorim, apresentou mais do triplo das horas extraordinárias permitidas por ano.
A notícia é avançada pelo semanário Expresso, que esta sexta-feira refere que embora haja um limite de 200 horas extraordinárias, o motorista do deputado do Chega apresentou mais de 600, entre março e dezembro
O número de horas em causa estão reportadas num parecer da Direção Administrativa e Financeira do Parlamento.
A SIC questionou o gabinete do político sobre esta situação, tendo o mesmo alegado que Pacheco Amorim vive fora de Lisboa, justificando assim os muitos quilómetros percorridos.
Indicou, ainda, que o vice-presidente da Assembleia da República rejeitou o subsídio de deslocação a que tinha direito e que, por exercer funções de vice do Parlamento, "são várias as [viagens] que tem de desempenhar durante o fim de semana e feriados, tem também funções de representação em nome do senhor presidente da Assembleia da República, sempre que solicitado várias delas decorrendo, também, ao fim de semana e feriados".
Note-se que o regulamento dos veículos do Estado diz que as viaturas não devem ser usadas para "quaisquer fins particulares", estando limitada "ao desempenho de atividades próprias e no âmbito de competências".
Chega diz que abdica de descongelamento salarial. E de outras "mordomias"?
A notícia é avançada depois Rui Rocha ter falado no assunto na AR, em reação aos pendões colocados pelo partido de André Ventura na fachada da Assembleia da República.
As faixas foram colocadas nas fachadas principal e lateral do edifício e também no chamado edifício novo do parlamento, penduradas em várias janelas, com a inscrição "OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha".
Em reação, Rui Rocha acusou o partido de "não ter moral" para falar e exemplificou: "Pacheco Amorim, que tem feito um péssimo trabalho na condução da AR quando é chamado a fazê-lo, tem motorista e viatura privada ao seu serviço permanentemente. Não prescindiu [disso] ao contrário do que fizeram outros partidos... Tenho um desafio para André Ventura: se quer continuar a ter este discurso que diga ao seu vice da AR que prescinda de motorista e viatura", afirmou, considerando que não se pode ter comportamentos como o do Chega se depois "não se abdica das mordomias do estado".
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