Esta linha de orientação em relação às eleições autárquicas do próximo ano foi comunicada por Paulo Raimundo no terceiro e último dia do Congresso Nacional do PCP, em Almada, num discurso em que não abordou a questão das eleições Presidenciais de 2026.
No discurso de encerramento do congresso, Paulo Raimundo introduziu o tema das eleições autárquicas falando da jornada de 14 de janeiro próximo, em todo o país, em que o partido pretende realizar "100 ações para recolher 100 mil assinaturas".
"Aproveitemos esta experiência para tomar a iniciativa e intensificar a preparação das próximas eleições autárquicas. Façamos das eleições autárquicas uma grande jornada de contacto e mobilização popular", apelou.
Nas eleições autárquicas, segundo Paulo Raimundo, o PCP deve levar por diante "uma ampla ação de apoio popular à CDU - espaço de ampla convergência, onde cabem todos os que anseiam resolver os problemas concretos das populações, dos que querem justamente viver melhor na sua terra".
Depois, especificou quais os aliados para essas eleições: "Mobilizemos comunistas, ecologistas, mobilizemos independentes; mobilizemos todos independentemente das suas opções partidárias para dar ainda mais força a um projeto".
Um projeto que, acentuou o líder comunista, "não se confunde com nenhum outro" e que se pretende que se "alargue, cresça e vá mais longe, desde logo, com mais candidaturas".
A seguir, o secretário-geral do PCP transmitiu uma mensagem de otimismo em relação aos objetivos eleitorais do partido nas eleições autárquicas do próximo ano.
"Quem tem um projeto autárquico sem paralelo como o dos comunistas e com provas dadas; quem tem eleitos ligados às populações como são os da CDU; quem tem como marca trabalho, honestidade e competência; quem se lança numa ampla jornada de contacto, mobilização e envolvimento de apoio popular, só tem razões para ter confiança para a batalha das eleições autárquicas", concluiu.
Neste discurso, Raimundo defendeu que, no momento atual, "cheio de incertezas e justas inquietações, em que soam os tambores da guerra, se acentuam as injustiças, em que o grande capital joga a cartada da extrema-direita, os trabalhadores e todos os democratas precisam, e cada vez mais, de um PCP mais forte".
"Precisam de um partido em que possam confiar, que não ceda ao oportunismo perante as dificuldades, que seja um porto seguro de firmeza e coragem, que seja portador da confiança, da esperança e um farol da possibilidade de vencer as dificuldades por maiores que elas sejam", afirmou.
O secretário-geral do PCP sustentou que o país "não está condenado às injustiças e às desigualdades", considerando que é preciso aumentar salários, valorizar carreiras, garantir melhores serviços públicos e o direito à habitação, defender a escola pública e "recuperar os instrumentos para definir de forma soberana o seu próprio rumo de desenvolvimento".
"O país precisa de todos os que cá procuram uma vida melhor e dispensa o bafiento e desviante discurso do ódio, do racismo e da xenofobia", afirmou, numa alusão ao Chega.
Paulo Raimundo sublinhou que "é possível um país desenvolvido, de progresso e soberano".
"Cá estamos para, com muitos outros, o construir", disse, num discurso em que apelou a que os militantes tomem "a iniciativa pelo reforço do partido, concretizando o movimento geral de reforço" decidido neste congresso.
"Um movimento que exige de todo o partido a tomada de medidas concretas tendo como elemento central a responsabilização de quadros, alargando a nossa capacidade de intervenção para chegar mais longe, intervir em mais frentes, mobilizar mais gente", referiu.
[Notícia atualizada às 14h02]
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