"Nós temos a ideia de que esta estrutura é necessária, portanto, nós somos favoráveis à construção de um novo aeroporto, mas ficamos muitíssimo preocupados quando a obra ainda não começou e já começa a haver um aumento de preço que é praticamente de 50%, e por outro lado, essa garantia de que os contribuintes não teriam que financiar esta obra já está ultrapassada e já parece haver um discurso político que prevê que venha a ser necessário esse financiamento por parte dos contribuintes", afirmou Rui Rocha.
À margem de uma reunião com o presidente da Ordem dos Arquitetos, em Lisboa, o líder da IL considerou que "cabe ao Governo prestar explicações".
"Eu exijo mesmo ao Governo que diga o que é que se está a passar, porque ainda estamos no princípio. Agora, imagine-se uma obra tão complexa, quando começar, então para que números irá e que dimensão de subsidiação dos contribuintes é que será necessária?", questionou.
Rui Rocha quer saber "o que é que se passou em tão poucos meses para um aumento do custo tão pronunciado da obra e para que já se admita que os contribuintes tenham que a suportar".
"Nós temos visto tantos números errados nos últimos tempos em diversas áreas como a saúde, como a educação, que espero que não tenha sido um erro de cálculo, mas é preciso esclarecer o que é que se passa", afirmou o presidente da IL.
Rocha disse esperar que "o interesse público esteja a ser defendido e o interesse dos contribuintes e que não haja aqui nenhuma cedência à ANA".
O ministro das Finanças disse hoje que é intenção do Governo que os encargos da construção do novo aeroporto de Lisboa para os contribuintes sejam "o mais limitados possível" e vai analisar o que o relatório inicial da ANA prevê.
Numa "cerimónia simbólica" para assinalar a entrega do documento com as condições da concessionária aeroportuária para a construção do Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, sem direito a questões dos jornalistas, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que o Governo procura que "os encargos para Orçamento do Estado sejam o mais limitados possível, se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes"
"Veremos o que o relatório diz sobre esse aspeto", realçou o governante, garantindo que o executivo atuará "sempre na persecução do interesse público".
O executivo estima que o Aeroporto Luís de Camões entre em funcionamento em 2034, mostrando-se menos otimista do que a CTI, que apontava a conclusão da primeira pista para 2030 e um custo total da obra de 6.105 milhões de euros.
Quanto ao custo, o Governo também considera que a CTI está demasiado otimista, e estima que fique algures entre o valor apontado pela comissão liderada por Rosário Partidário e os 8.000 a 9.000 milhões estimados pela ANA Aeroportos.
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