PSP 'passou limite' no Martim Moniz? Partidos pedem explicações a Governo

As imagens nas televisões e redes sociais mostraram várias pessoas a serem revistadas pela polícia na rua. Os partidos de Esquerda ficaram "chocados" e exigem explicações ao Governo.

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© Reprodução X @IsabelLMMoreira

Cátia Carmo
19/12/2024 19:42 ‧ há 10 horas por Cátia Carmo

Política

Martim Moniz

A Polícia de Segurança Pública (PSP) fez, esta quinta-feira à tarde, uma "operação especial de prevenção criminal" na zona da Praça do Martim Moniz, em Lisboa, que durou cerca de duas horas e terminou com dois homens detidos, um por tráfico de droga e posse de arma proibida e um segundo suspeito de pelo menos oito crimes de roubo

 

As imagens da operação transmitidas pelas televisões e que começaram a circular nas redes sociais mostraram várias pessoas a serem revistadas, na rua, pela polícia.

Algo que deixou os partidos de Esquerda "chocados" e "preocupados" com a atuação das autoridades, levando-os a pedir explicações à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e ao comando da PSP.

Partidos "preocupados" condenam "alarme social"

O primeiro partido a reagir à operação foi o Bloco de Esquerda, requerendo a audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, no Parlamento para esclarecer a operação policial no Martim Moniz, considerando-a inadequada, desproporcional e passível de criar "alarme social".

Seguiu-se o PCP, pela voz do deputado António Filipe, afirmando que "as imagens causam alguma preocupação" e questionando a "adequação da operação".

À semelhança do BE, os comunistas também pediram justificações ao Governo e querem saber porque é que a polícia atuou "assim e não de outra maneira" - para poderem "avaliar se essa atuação foi adequada".

PCP quer explicações sobre PSP no Martim Moniz.

PCP quer explicações sobre PSP no Martim Moniz. "Imagens preocupam"

António Filipe pediu justificações ao Governo sobre a ação de fiscalização da PSP que decorreu em Lisboa.

Cátia Carmo | 19:04 - 19/12/2024

Do lado do Livre, Rui Tavares considerou que "é muito importante" que as autoridades policiais e a tutela política esclareçam se estas operações "têm uma real razão de existir ou se servem apenas para responder à extrema-direita".

"Evidentemente que estamos com muita vontade de ouvir todas as explicações sobre se estas operações são realmente necessárias", disse Rui Tavares, confirmando que requer a audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, no Parlamento.

BE, PCP e Livre querem ouvir MAI após operação policial no Martim Moniz

BE, PCP e Livre querem ouvir MAI após operação policial no Martim Moniz

O BE, o PCP e o Livre requereram hoje a audição da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, no parlamento para esclarecer a operação policial no Martim Moniz, considerando-a inadequada, desproporcional e passível de criar "alarme social".

Lusa | 19:31 - 19/12/2024

No X (ex-Twitter), uma das fotografias que mostra dezenas de pessoas encostadas a uma parede no Martim Moniz, perante a presença policial, está a ser partilhada por vários comentadores de política e deputados de Esquerda. Uma das personalidades que partilhou a imagem é a socialista Isabel Moreira que, nessa publicação, dirige-se diretamente ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pergunta: "Em que década do século 20 estamos?".

Montenegro desvaloriza polémica. "Importante que operações decorram"

A partir de Bruxelas, onde participou na primeira reunião do Conselho Europeu presidida por António Costa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, desvalorizou a polémica e afirmou que "muitas vezes não é preciso que haja muitos crimes para que as pessoas se sintam inseguras".

O primeiro-ministro sublinhou que "quanto maior for a capacidade fiscalizadora e, portanto, a capacidade de tranquilizar os cidadãos demonstrando-lhes que a preocupação de segurança está assumida como prioridade, melhor. Porque a segurança tem um duplo conteúdo para formar aquilo que é a tranquilidade dos cidadãos".

Martim Moniz?

Martim Moniz? "Importante que operações decorram e haja visibilidade"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro referiu que "muitas vezes não é preciso que haja muitos crimes para que as pessoas se sintam inseguras", em virtude da operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, esta quinta-feira.

Notícias ao Minuto | 19:05 - 19/12/2024

As explicações da PSP

Logo no início da operação, a PSP emitiu um comunicado a explicar que o Martim Moniz tem sido, nos últimos tempos, uma "área onde frequentemente se registam ocorrências que envolvem armas" e, por isso, avançaram com esta "operação especial" para "alavancar a segurança e tranquilidade" da população da freguesia de Santa Maria Maior.

No final da operação, por volta das 17h00, a subcomissário da PSP Ana Ricardo anunciou que tinha sido detido um homem, por posse de droga e arma proibida, apreendidos "perto de uma centena de artigos contrafeitos e cerca de 4.600 euros em numerário derivado de contrafação" e que vários imigrantes foram fiscalizados para se confirmar se tinham ou não a documentação em dia.

Questionada pelos jornalistas sobre se a PSP iria voltar a fazer uma operação deste género, Ana Ricardo afirmou não ter ainda qualquer indicação, mas garantiu que estarão "sempre muito atentos a todos os fenómenos criminais" para transmitir à população um "sentimento de segurança".

[Notícia atualizada às 00h01]

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