"Esta data agora que foi definida é razoável, dentro do mês de março, e aquilo que espero é que o ano de 2025 seja o ano da mudança", disse Paulo Cafôfo à agência Lusa.
O responsável socialista madeirense salientou que "o PS sempre disse que deveriam ser realizadas eleições regionais antecipadas", mas nunca propôs uma data, tendo defendido que "deveriam ser realizadas no mais breve espaço de tempo"
Segundo Paulo Cafôfo, "não há nenhuma solução governativa que não passe pelo PS", o único partido que pode garantir "estabilidade", acrescentando que "insistir em Miguel Albuquerque e no PSD é continuar com mais instabilidade" na Região.
"Portanto, vamos apresentar-nos com um compromisso sério, com soluções que possam ser efetivadas e possam significar uma mudança na vida das pessoas", disse.
Para líder do PS/Madeira, "o PSD está esgotado, Miguel Albuquerque já passou o seu prazo de validade. Aliás, só quer continuar como presidente do Governo [Regional] para usufruir da imunidade que tem e não responder à justiça".
"Portanto, não queremos um presidente que está só com interesse próprio. Queremos um presidente do Governo que possa olhar para os interesses coletivos, dos madeirenses, do que a Região precisa e não do que ele próprio precisa", opinou.
Visto que o PS/Madeira vai realizar eleições internas a 31 de janeiro, Paulo Cafôfo declarou que "não tem medo da democracia, nem dos militantes" do partido, que o têm apoiado a liderar aquela força política.
O líder regional dos socialistas mostrou-se, também, convicto de que vai ser o cabeça de lista do PS/Madeira nas eleições de 23 de março.
Paulo Cafôfo sustentou que "este processo eleitoral interno, pode ter efeitos externos de motivação e de mobilização"
"E o PS está preparado e eu estou preparado para as eleições. Estamos preparados para dar estabilidade governativa", reforçou.
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou em 17 de dezembro, com votos a favor de todos os partidos da oposição -- PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos somam mais de metade dos deputados -- uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, chefiado por Miguel Albuquerque.
PSD e CDS-PP, que juntos têm 21 deputados, votaram contra. Os dois partidos que suportam o Governo Regional têm um acordo parlamentar, mas não asseguram a maioria absoluta de 24 deputados, de um total de 47 que compõem o hemiciclo.
A aprovação da moção de censura, inédita na região autónoma, implicou, como estabelece o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
O atual executivo tomou posse após as eleições regionais antecipadas de 26 de maio, que ocorreram devido à queda do anterior Governo, por demissão de Miguel Albuquerque, após ter sido constituído arguido num processo sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.
A Assembleia Legislativa Regional da Madeira é composta por 47 deputados, dos quais 19 são do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega e dois do CDS-PP, enquanto IL e PAN têm um representante cada.
A moção de censura foi apresentada pelo Chega, em 06 de novembro, tendo sido justificada com as investigações judiciais que envolvem Miguel Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.
Em 23 de março, os madeirenses irão votar pela 15.ª vez para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira.
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