Ventura desafia Montenegro a dizer que desconhecia caso do diretor do SNS

O presidente do Chega desafiou hoje o primeiro-ministro e a ministra da Saúde a dizerem publicamente que desconheciam a acumulação de funções do demissionário diretor executivo do SNS e defendeu que a justiça deve atuar neste caso.

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Lusa
18/01/2025 17:34 ‧ há 5 horas por Lusa

Política

André Ventura

António Gandra D'Almeida demitiu-se do cargo de diretor executivo do SNS na sexta-feira, após a SIC ter noticiado que acumulou durante mais de dois anos as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão.

 

Logo a seguir, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou o pedido de demissão apresentado por António Gandra D'Almeida.

Em conferência de imprensa, André Ventura considerou que é "muito duvidoso" que, tanto Luís Montenegro, como a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, não tivessem conhecimento dos dados públicos profissionais de António Gandra D'Almeida quando foi nomeado diretor executivo do SNS.

"Desafio o primeiro-ministro a dizer publicamente que não conhecia esta acumulação ou outras que decorrem no SNS. Desafio publicamente o primeiro-ministro e a ministra da Saúde a desmentirem que tinham conhecimento. Constava dos elementos públicos deste profissional a acumulação e tinha de estar acessível ao Ministério da Saúde à data da nomeação" alegou o líder do Chega.

Na conferência de imprensa, André Ventura sustentou que a demissão de Gandra D'Almeida "demonstra a fragilidade e falta de sustentação com que o Governo tem feito as nomeações para os diversos cargos na administração pública, escolhidos mais pela cor do cartão partidário do que pela competência ou pela isenção, ou pelo currículo que apresentam".

Pediu depois a intervenção da justiça neste caso e exigiu uma auditoria global na saúde sobre situações análogas de acumulação de funções e de salários por parte de dirigentes.

"A demissão do diretor executivo do SNS deve levantar questões ao parlamento e à justiça. Deve levantar questões à justiça pela acumulação indevida de rendimentos em valores absolutamente brutais, na ordem das centenas de milhares de euros", justificou.

O presidente do Chega defendeu, ainda, a extinção do cargo de diretor executivo do SNS, argumentando que "é um cargo desnecessário".

Ainda segundo André Ventura, para apurar este caso, "o Chega exigirá ao Governo toda a documentação relativamente a esta nomeação [de Gandra D'Almeida], os critérios que a nortearam e como é possível que não se tivesse conhecimento de um serviço que também foi prestado ao SNS numa acumulação indevida de funções".

Para o presidente do Chega, "o Governo não sabia ou não quis saber e olhou para o lado, num caso que era de absoluta ilegalidade gritante e evidente".

"Foi hoje também tornado público que a Inspeção Geral de Atividades de Saúde (IGAS) levará a cabo uma auditoria. É importante perceber que outros dirigentes, também da área da saúde, podem estar nas mesmas circunstâncias", acrescentou.

Em 22 de maio de 2024, o Ministério da Saúde anunciou a escolha do médico militar António Gandra D´Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do SNS e no mês seguinte o Conselho de Ministros aprovou a sua designação para o cargo.

Gandra D´Almeida, especialista em cirurgia geral, foi diretor da delegação do Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a partir de novembro de 2021 e, nas Forças Armadas, acumulou funções de chefia e de coordenação.

Foi escolhido para as funções de diretor executivo na sequência da demissão apresentada por Fernando Araújo no final de abril de 2024, alegando que não queria ser um obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considerasse necessário implementar.

[Notícia atualizada às 17h48]

Leia Também: Demissão no SNS. Médicos preocupados com "desnorte" e BE quer caso na AR

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