"O JPP tem construído um programa alternativo para a região", declarou o secretário-geral do partido, Élvio Sousa, depois de entregar no Tribunal Judicial do Funchal a lista de candidatos do partido às regionais antecipadas.
O responsável, que encabeça a lista de candidatos do JPP, assegurou que o partido "está pronto" para ir a votos, apontando que "um bom resultado é ter acima de 33 mil votos para concorrer com o PSD", que governa a Madeira há quase 50 anos.
Nas últimas eleições regionais, realizadas em maio do ano passado, o JPP conquistou 22.959 votos, tendo sido a terceira força política mais votada, atrás do PSD (49.104) e do PS (28.981).
Élvio Sousa assegurou que o partido tem "um governo preparado e qualificado", com pessoas "com mérito em todas as áreas" e representantes de todos os municípios da Madeira, insistindo que está preparado para ser alternativa aos sociais-democratas.
O JPP, acrescentou, é um partido "de consensos e moderado", apelando à confiança do eleitorado para "construir um governo, uma frente cívica" na qual todos são precisos.
Escusando-se a falar de possíveis acordos pós eleitorais, Élvio Sousa declarou ser necessário haver "responsabilidade", motivo pelo qual o partido já apelou ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao representante da República na região, Ireneu Barreto, "que não tenham pressa em chamar os partidos para serem ouvidos" depois de conhecidos os resultados eleitorais.
"Porque é preciso tempo para, se houver necessidade, podermos alinhavar uma frente ativa", explicou, insistindo que "este é o momento de ter confiança para uma viragem"
Segundo Élvio Sousa, "que se passou na última vez [nas eleições de maio], ouvir os partidos sem os resultados [eleitorais] homologados não pode acontecer".
Depois das regionais de maio, que também foram antecipadas, na sequência da demissão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, PS e JPP apresentaram uma "solução de governo conjunta", rejeitada pelo representante da República, que considerou não ter "qualquer hipótese de sucesso" no parlamento madeirense.
Élvio Sousa, Filipe Sousa, Lina Pereira, Rafael Nunes e Patrícia Spínola são os primeiros cinco candidatos da lista do JPP, que nas últimas regionais elegeu nove deputados.
Em 17 de dezembro, o Governo minoritário do PSD saído das eleições de maio foi derrubado com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.
A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho de 2024, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento madeirense e convocoueleições regionais antecipadas para 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.
O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP (partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas), um da IL e um do PAN.
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