Segundo um comunicado do partido, em relação ao Plano de Contingência da Região para acolher eventuais deportados dos EUA, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, e o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, "manifestaram posições contraditórias".
Num requerimento enviado hoje ao executivo regional através do parlamento, o deputado do BE açoriano, António Lima, solicita o acesso às várias versões do documento e pergunta que ações já foram concretizadas.
"O Plano de Contingência inclui as medidas anunciadas pelo secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades ou será apenas feita uma atualização ao plano preparado após o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e não terá 'nada de novo'", como afirmou o vice-presidente do Governo Regional?", é questionado no documento.
O partido também quer saber se o grupo de trabalho anunciado pelo secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades já está oficialmente constituído, quantas vezes e em que datas reuniu e que contactos foram estabelecidos pelo Governo Regional com o Governo da República sobre a matéria.
António Lima pede ainda a versão preliminar do Plano de Contingência distribuído por Paulo Estêvão na reunião do Conselho do Governo do dia 25 de janeiro, a versão final do documento e o plano para acolher refugiados da Ucrânia implementado pelo Governo Regional após o início da guerra.
As ameaças de Donald Trump de realizar deportações em massa, deixaram apreensiva a comunidade açoriana nos EUA e o secretário regional dos Assuntos Parlamentares anunciou a criação de um Plano de Contingência para acolher os eventuais deportados para a Região, recorda.
Segundo o BE/Açores, o plano incluía, de acordo com o governante, a constituição de um grupo de trabalho com várias instituições para o "reforço das respostas já existentes" e a "criação de novas respostas", assim como a constituição de uma estrutura consultiva composta por várias organizações americanas, como o Centro de Assistência a Imigrantes de New Bradford, por casas dos Açores e por conselheiros da diáspora açoriana.
No entanto, poucos dias depois, o vice-presidente do Governo Regional disse que não estava a ser criado "nada de novo" e que o Plano de Contingência era uma atualização do plano que a Região preparou quando teve início a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, referindo-se à necessidade de "atualizar as redes consulares, atualizar os contactos, os procedimentos".
Em 13 de janeiro, o Governo dos Açores anunciou que estava a preparar um plano de contingência para acolher emigrantes açorianos que venham a ser deportados pela nova administração Trump.
"Não é o cenário previsível, mas estamos a preparar-nos para o pior", afirmou então o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, admitindo que possam vir a ser deportados centenas de emigrantes oriundos dos Açores, que estarão em situação ilegal nos EUA.
Em entrevista à Lusa, o secretário de Estado das Comunidades Portugueses, José Cesário, afirmou que o Governo não prevê, para já, deportações em massa de portugueses indocumentados nos Estados Unidos, mas garantiu que a situação está a ser monitorizada com "muita atenção e cautela".
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