PAN recusa acordos com PSD enquanto processos não forem esclarecidos

A cabeça de lista do PAN às eleições antecipadas na Madeira, Mónica Freitas, disse hoje que o partido não está disponível para acordos com o PSD enquanto os processos sobre suspeitas de corrupção não forem esclarecidos.

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© Facebook/ PAN Madeira

Lusa
07/02/2025 19:12 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Madeira

"Nós, neste momento, estamos num impasse político na direita, quando temos um partido como o PSD que continua a colocar Miguel Albuquerque como cabeça de lista e continua a ter uma lista de candidatos muitos deles ainda constituídos arguidos", avisou.

 

Mónica Freitas, que falava aos jornalistas após a entrega da lista de candidatos do Pessoas-Animais-Natureza no Tribunal da Madeira, no Funchal, considerou também que o Chega e o CDS-PP não se coadunam com os valores e os princípios do PAN.

A cabeça de lista, também porta-voz do partido na Madeira, sublinhou, no entanto, que o principal obstáculo a entendimentos com a direita resulta dos processos que investigam suspeitas de corrupção na região e que envolvem alguns membros do executivo social-democrata minoritário, incluído o presidente Miguel Albuquerque.

"Enquanto esses processos não tiverem qualquer tipo de esclarecimento não faz muito sentido continuarmos a apostar nas mesmas caras, porque isso não trará nada de novo e continuará a colocar, obviamente, limites àqueles que possam ser os diálogos, os entendimentos entre partidos", esclareceu.

Mónica Freitas foi eleita deputada nas eleições regionais de 2023 e assinou um acordo com os social-democratas, garantindo assim a maioria absoluta ao executivo de coligação PSD/CDS-PP, mas retirou esse apoio em janeiro de 2024, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido.

"Desde que fui eleita nunca entrámos em coligações. Aquilo que nós já fizemos foi um acordo de incidência parlamentar", lembrou, salientando que o PAN está disponível para estabelecer acordos com outros partidos se tal for "crucial para haver uma mudança e para dar credibilidade às instituições".

"A partir do momento em que nós somos eleitos é para trabalharmos em conjunto (...) e é importante que a Assembleia Legislativa regional seja constituída por pessoas (...) e que essas pessoas estejam lá para trabalhar seriamente", reforçou.

A cabeça de lista do PAN exclui, no entanto, entendimentos com os partidos da direita e garante que vai continuar focada em representar causas que "muitas vezes são esquecidas na agenda política", como a causa animal e a causa ambiental.

Na lista do Pessoas-Animais-Natureza, seguem-se Valter Ramos, Vitor Gomes, Lia Gouveia e Diana Castanha.

O partido tem atualmente um representante no parlamento madeirense -- Mónica Freitas --, tendo obtido nas últimas eleições regionais, realizadas em maio do ano passado, 2.531 votos (1,90%) e sido a sétima força política mais votada num total de 14 concorrentes.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.

A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a decisão de dissolver o parlamento madeirense e convocar novas eleições regionais antecipadas em 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.

O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP (partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas), um da IL e um do PAN.

Leia Também: Chega acredita que será premiado por ter contribuído para derrubar Governo

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