"Na verdade, enquanto esteve na direção executiva, não demonstrou, para além da questão ética que agora se vai conhecendo, qualquer competência para a função que exercia", disse Rui Rocha.
Em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, após uma reunião com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) que acabou o mandato em dezembro e aguarda indicações da tutela, Rui Rocha foi questionado sobre o caso da demissão de Gandra d' Almeida e pediu explicações.
"É um comportamento sobre o qual o ex-diretor do SNS deverá responder e temos o exemplo de uma nomeação já feita por este Governo que tem todas estas questões que já entram no campo ético", disse o presidente da IL.
Para Rui Rocha, "a pergunta é": "Quais foram os critérios que levaram à nomeação de Gandra d' Almeida para a DE-SNS e se isso não está a acontecer um pouco por todo o país na Unidades de Saúde Locais".
O líder dos liberais quer que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, explique os critérios de nomeações que está a utilizar.
"O Governo tem de explicar aos portugueses que critérios de gestão está a utilizar. Nós não encontramos explicação para muitas das nomeações e para muitas das cessações que estão a acontecer no SNS", concluiu.
Gandra d´Almeida anunciou a sua demissão depois de a SIC ter noticiado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão e que terá recebido por esses turnos mais de 200 mil euros.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou uma inspeção à eventual acumulação de funções públicas e privadas de António Gandra d'Almeida nos períodos em que foi diretor do INEM do Norte e diretor executivo do SNS.
Criada pelo anterior Governo socialista, a DE-SNS tem agora o seu terceiro diretor-executivo depois do nome do economista e professor universitário Álvaro Santos Almeida ter sido anunciado, a 21 de janeiro, como novo líder da estrutura.
A designação de Álvaro Almeida para diretor executivo do SNS nos próximos três anos foi confirmada a 30 de janeiro após pronúncia favorável da Comissão de Recrutamento e Selec¸ão para a Administração Pública (CReSAP).
Leia Também: Presidenciais? Rui Rocha fala em "desnorte" na liderança do PS