O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, disse à Lusa que na reunião, marcada para o início da tarde, deverão ser aprovados "cerca de duas dezenas" de candidatos autárquicos, sem querer especificar qualquer caso concreto.
Em 21 de janeiro, a meio de um Conselho Nacional do partido, o coordenador autárquico do PSD, Pedro Alves, anunciou que tinham sido homologados pela direção os primeiros 43 candidatos autárquicos, mas assegurou então que "mais de 90%" estavam escolhidos e seriam aprovados até final do primeiro trimestre.
A CPN é o órgão que, no PSD, tem a competência estatutária para homologar candidaturas aprovadas pelas distritais e propostas pelas concelhias.
Entre o lote de candidatos com aprovação final em janeiro, constavam três das 18 capitais de distrito: para Braga, onde Ricardo Rio atingiu a limitação de mandatos, o escolhido foi o vereador João Rodrigues; em Santarém, onde se recandidata o atual presidente da Câmara João Teixeira Leite; e, em Évora, o presidente da concelhia Henrique Sim-Sim.
Foi também aprovado nessa altura o candidato à Câmara de Cascais, o atual vice-presidente do executivo de Carlos Carreiras e líder da concelhia Nuno Piteira Lopes, bem como o de Loures, o vereador Nélson Baptista.
Na sexta-feira, o semanário Expresso avançou que, na sequência da acusação do processo Tutti Frutti, a direção do PSD daria uma indicação para excluir candidatos acusados das listas às Câmaras Municipais, mas não iria intervir nas escolhas para as Juntas de Freguesia.
À noite, numa iniciativa partidária na Guarda, Hugo Soares assegurou que "nenhum presidente de junta acusado por crimes de relevância" será candidato nas eleições autárquicas deste ano.
Na mesma ocasião, o secretário-geral do PSD manifestou confiança na seriedade e no trabalho dos autarcas sociais-democratas.
"Tenho uma confiança ilimitada na seriedade dos autarcas deste país. Eu não sou daqueles, nem o PSD é um partido daqueles que lança suspeição constante sobre os autarcas. Os autarcas deste país são verdadeiros missionários", afirmou.
Na terça-feira passada, o Ministério Público deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo 'Tutti Frutti' por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD, Luís Newton e Carlos Eduardo Reis, que já anunciaram que irão pedir a suspensão dos mandatos como parlamentares, devendo manter-se como presidente da Junta de Freguesia da Estrela (Lisboa) e vereador da Câmara de Barcelos (Braga), respetivamente.
A operação denominada 'Tutti Frutti' investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
O PSD já definiu como objetivo tornar-se "a força política mais representativa do país" nas eleições que decorrerão em setembro/outubro de 2025, meta que foi repetida pelo presidente do partido, Luís Montenegro, no Conselho Nacional de janeiro.
Na mesma reunião e sobre eventuais coligações autárquicas, o secretário-geral do PSD afirmou perante os conselheiros nacionais que o parceiro natural continuará a ser o CDS e admitiu algumas alianças com a Iniciativa Liberal.
Já em relação ao Chega, repetiu a frase que tem sido utilizada pelo Montenegro quanto a alianças com o partido liderado por André Ventura: "Não é não".
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