"O objetivo desta candidatura é fazer voltar o Bloco de Esquerda ao parlamento de onde nunca deveria ter saído", declarou, considerando que "a Madeira e os madeirenses ficaram penalizados com a saída do Bloco de Esquerda do parlamento, porque o Bloco de Esquerda é aquela força que [...] tem apresentado muitas propostas para resolver os problemas com que os madeirenses se confrontam hoje em dia."
O candidato do BE falava aos jornalistas após a entrega da lista de candidatos no Tribunal da Madeira, no Funchal.
"O Bloco de Esquerda está aqui para voltar a ser aquela força que sempre foi no parlamento, uma força interventiva, uma força que luta contra os tubarões que se instalaram à sombra deste regime [de governo do PSD] de quase 50 anos", afirmou.
Roberto Almada foi eleito deputado em 2023, mas o BE perdeu a representação parlamentar nas eleições de regionais antecipadas de 26 de maio de 2024, nas quais obteve 1.012 votos (1,44%), ficando em 9.º lugar num total de 14 concorrentes.
O cabeça de lista enumerou alguns temas que considera fundamentais e que disse terem sido esquecidos pelas outras forças políticas, como a crise da habitação, a valorização dos salários e das pensões, o combate à precariedade laboral, as políticas de apoio à juventude, os problemas do setor da saúde e a gratuidade do ensino da creche ao ensino superior.
"Existem muitas situações que poderiam ter sido, durante esta legislatura, levantadas no parlamento, mas que infelizmente as forças que estão lá mal levantaram ou pura e simplesmente ignoraram", disse, reiterando que "os madeirenses ficaram a perder com a saída do Bloco de Esquerda do parlamento".
O cabeça de lista assegurou que o BE é uma força política que se caracteriza pela "coragem" e, por isso, fará a diferença no parlamento da Madeira.
"Não temos medo de lutar contra aqueles que na nossa terra têm uma postura de pouca transparência no que diz respeito aos negócios públicos", salientou.
Na lista do BE, seguem-se Dina Letra, coordenadora regional do partido, Diogo Teixeira, Carina Quintal e Mónica Pestana.
O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.
A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.
Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a decisão de dissolver o parlamento madeirense e convocar novas eleições regionais antecipadas em 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.
O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP (partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas), um da IL e um do PAN.
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