Frazão assume que "é errado" chamar 'aberração': "Não teria dito aquilo"

Questionado sobre a proposta do PS para serem colocadas sanções nestes casos, Pedro Frazão afirmou que o Chega está "disponível" e que o presidente do partido, André Ventura, disse que estão "disponíveis para a autocrítica, mas tem de haver sanções para todos os lados". 

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© Twitter Pedro Frazão

Notícias ao Minuto
15/02/2025 17:06 ‧ há 4 dias por Notícias ao Minuto

Política

Chega

O deputado do Chega Pedro Frazão afirmou que, se estivesse no lugar de Filipe Melo, "não teria" dirigido insultos à deputada do Partido Socialista (PS), Ana Sofia Antunes, mas que entende o seu companheiro de bancada e de partido, uma vez que este respondeu a "um ataque vil e soez da deputada Isabel Moreira".

 

Em entrevista ao programa Facto Político, da SIC Notícias, o parlamentar do Chega foi confrontando com as palavras dirigidas à deputada do PS - e, questionado sobre se, caso os seus filhos chamassem 'aberração' ou 'drogada' a um colega de escola, se lhes daria os parabéns pela elevação, respondeu que os filhos "estão educados com a mesma educação" que Pedro Frazão recebeu "dos pais" e que, "de facto, o que está a acontecer no Parlamento é algo que não é novo".

"Nós temos aqui várias conclusões a tirar, nomeadamente sobre aquilo que a deputada Ana Sofia Antunes disse ontem [sexta-feira], nomeando-me sobre o que ocorre [no Parlamento]. Eu quero esclarecer aqui, primeiro, que não estava presente na sessão quando ocorreram esses apartes", disse o deputado. 

"Todos ouviram. 'Aberração, devias estar numa esquina, drogada'"

Deputada socialista confirmou insultos. Reconhecendo que "são vários" os parlamentares do Chega com este tipo de comportamento, não teve receio de citar nomes.

Carmen Guilherme | 22:07 - 14/02/2025

Pedro Frazão salientou ainda que é "muito profícuo em fazer apartes no Parlamento, a dinâmica parlamentar assim o permite", acrescentando que os seus "apartes são de acordo, ou desacordo, com aquilo que está a ser dito a cada momento no Parlamento".

"Agora, a mim, sim, já me ofenderam muitas vezes no Parlamento e é lamentável que os meus filhos [...] tenham de ouvir na comunicação social e de outros partidos políticos, nomeadamente que o pai é racista. Porque, logo em 2022, quando fui eleito pela primeira vez para o Parlamento, a deputada e líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse que tinham sido eleitos 12 deputados racistas referindo-se ao Chega. E sabe o que aconteceu nessa altura? Fiz queixa judicial da senhora deputada Catarina Martins, tal como fizeram todos os deputados do Chega. E o que é que aconteceu? A senhora deputada refugiou-se na sua imunidade parlamentar, disse que não abdicava da imunidade [parlamentar] por ter chamado racistas aos deputados do Chega. Além de racista, já fui chamado de xenófobo, misógino, fascista e, portanto, esses apartes estão nas atas do Parlamento - também apartes a chamarem-nos fascistas", frisou Pedro Frazão. 

Partidos urgem PAR a condenar Chega. Ventura diz ser o mais

Partidos urgem PAR a condenar Chega. Ventura diz ser o mais "insultado"

Esta manhã, todas as bancadas marcaram conferências de imprensa para condenarem a conduta do Grupo Parlamentar do Chega, depois de a bancada ter tecido inúmeros insultos a vários deputados, tendo mesmo declarado injúrias como "aberração", "drogada" ou "pareces uma morta" contra a socialista Ana Sofia Antunes.

Notícias ao Minuto com Lusa | 14:52 - 14/02/2025

Questionado sobre o facto de já ter sido chamado de 'fascista' e 'racista' justifica os insultos dirigidos à deputada Ana Sofia Antunes, Pedro Frazão sublinhou: "Não chamei isso a ninguém e, é preciso ver aqui também que, na dinâmica parlamentar, não é a primeira vez que isto acontece". 

"Não, não. Não é normal, é criticável [...] O que está a acontecer é que está a haver um enfoque muito grande nas respostas que o Chega dá com o objetivo de bestializar o Chega, de denegrir o Chega para permitir uma mais fácil eliminação do Chega. Isso é o que está aqui, é a narrativa de todos os partidos que estão contra o Chega e é também a narrativa da comunicação social", respondeu o deputado quando questionado sobre se é normal a troca de insultos no Parlamento. 

Pedro Frazão frisou ainda que "é errado" chamar um deputado de 'aberração' e 'drogado'. No entanto, notou que "também é errado a senhora deputada Isabel Moreira, que foi quem esteve no início do bate-boca [...] está perfeitamente nítido que foi a deputada Isabel Moreira quem falou no filho do deputado Filipe Melo [...] e quem disse diretamente para o deputado Filipe Melo: 'vai pagar a pensão dos teus filhos', o que nem sequer tem lógica nenhuma porque os filhos moram com o deputado e com a sua mulher".

Se eu estivesse no lugar do deputado Filipe Melo não teria dito aquilo, em primeiro lugar

Sobre um possível pedido de desculpas, o deputado Chega afirmou que "isso estará na consciência do deputado Filipe Melo", vincando que "a Esquerda está a fazer aquilo que também acusa o Chega de fazer, e a comunicação social também, que é atribuir culpas coletivas". 

Já sobre se pediria desculpas se estivesse no lugar do deputado Filipe Melo, respondeu: "Se eu estivesse no lugar do deputado Filipe Melo não teria dito aquilo, em primeiro lugar. Agora, eu percebo que o deputado Filipe Melo respondendo a um ataque vil e soez da deputada Isabel Moreira que falou no seu filho que é neurodivergente, tem 11 anos e não fala... e a senhora deputada sabe daquilo que estava a falar porque o deputado Filipe Melo já, em várias intervenções no Parlamento, falou do seu filho e falou dessas questões da educação de inclusão. A deputada Isabel Moreira que não estava sentada na primeira fila [...] veio-se sentar ao lado da deputada Ana Sofia Antunes para começar a instigar o Chega a responder". 

"O Chega, alguns deputados do Chega, infelizmente, morderam esse isco e começaram a responder. Portanto, é preciso ver aqui um contexto. Tudo isto começou com uma frase mal colocada da deputada Diva Ribeiro, é verdade. E, de facto, a deputada não foi feliz na forma como transmitiu a ideia que queria transmitir porque, de facto, a ideia não foi transmitida. O que a deputada Diva Ribeiro queria dizer é que a Esquerda e a lógica Marxista tenta sempre colocar grupos de pessoas, utilizando as suas características pessoais, na posição dos oprimidos para depois tentar atacar os opressores - e faz isto sempre com os homossexuais, com os empregados, com os filhos. Portanto, o que a senhora deputada Diva Ribeiro queria dizer era que a situação de deficiência não deve ser utilizada pelos pseudo-marxistas", destacou o deputado, frisando que o que "aconteceu a seguir é que foi muito grave porque a bancada do Chega foi absolutamente vilipendiada e respondeu aquilo que foram os insultos da bancada do PS".

Questionado sobre a proposta do PS para serem colocadas sanções nestes casos, Pedro Frazão afirmou que o Chega está "disponível" e que o presidente do partido, André Ventura, disse que estão "disponíveis para a autocrítica, mas tem que haver sanções para todos os lados". 

Miguel Arruda? "Retiramos-lhe a confiança política"

No seguimento da conversa, o deputado do Chega foi questionado sobre se continua a pensar que o Chega nunca tem de pedir desculpas coletivas por algumas coisas que alguns deputados, especificamente, fazem, dando o exemplo da acusação de Miguel Arruda.

"Nunca ouvi um jornalista perguntar ao PSD porque é que escolheu deputados que foram depois acusados por corrupção. Portanto, quando há escolha de deputados, nós temos à nossa frente o currículo académico e a história pessoal do deputado. Do deputado Miguel Arruda nada fazia antever que isto fosse acontecer. O ocorrido é do domínio quase da psiquiatria. É uma pessoa que tem formação superior, tem dois mestrados, é empregado numa empresa pública da região autónoma dos Açores, tinha uma família estável e era uma pessoa que se apresentava como idónea", sublinhou. 

O deputado destacou ainda as palavras do líder do partido sobre o caso: "André Ventura disse muito bem: um líder político não consegue escolher os problemas que tem, mas consegue escolher como reage. E o que é que André Ventura fez? Imediatamente, pediu a Miguel Arruda que saísse do partido. Bem, Miguel Arruda, na sua liberdade e no seu mandato de deputado da Nação, não quis sair e o que é que nós fizemos? Imediatamente, retiramos-lhe a confiança política e ele passou a deputado independente. Não é a primeira vez que isso acontece no Parlamento". 

[Notícia atualizada às 17h17]

Leia Também: Após polémica, petição pede "demissão imediata" de deputada do Chega

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