Brilhante Dias urge PAR a "salvaguardar AR" e exalta Santos Silva

O socialista apontou que Augusto Santos Silva "tinha razão", mas "pagou bem caro a ousadia de querer ser de facto o guardião dos padrões mínimos do debate democrático".

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© Rita Chantre / Global Imagens

Notícias ao Minuto
16/02/2025 13:17 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto

Política

Parlamento

No rescaldo dos insultos proferidos pela bancada do Chega contra a deputada Ana Sofia Antunes, na quinta-feira, o socialista Eurico Brilhante Dias apelou, na sexta-feira, a que o presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, faça "aquilo que se impõe: salvaguardar a imagem" do Parlamento, ao mesmo tempo que se mostrou solidário com Augusto Santos Silva, que "pagou bem caro a ousadia de querer ser de facto o guardião dos padrões mínimos do debate democrático".

 

"Compete ao PAR do alto da sua magistratura - a segunda figura do Estado português - fazer aquilo que se impõe: salvaguardar a imagem da Assembleia da República. E sim, Augusto Santos Silva tinha razão; mas pagou bem caro a ousadia de querer ser de facto o guardião dos padrões mínimos do debate democrático. Merece não só a minha amizade, mas também o meu (o nosso) reconhecimento", escreveu, na rede social Facebook.

Brilhante Dias recordou, então, que "um deputado do Chega disse do alto da tribuna que os 'socialistas' eram hipócritas", no início da XV Legislatura. Na altura, a bancada do partido encabeçado por André Ventura contava com 12 deputados, mas o então líder parlamentar do PS disse haver "a clara noção de que teríamos uma alteração qualitativa importante: um grupo parlamentar de extrema-direita".

"Se Augusto Santos Silva tinha um desafio importante, evitar que a AR se tornasse um espaço degradado, sem respeito pelas instituições democráticas, a bancada do PS devia contribuir para que as linhas vermelhas da urbanidade não fossem ultrapassadas. Era a maioria (absoluta) do Parlamento. Fiz então uma interpelação sobre as condução dos trabalhos. Não devíamos tolerar o insulto gratuito. Não era admissível. Bloquear a degradação da linguagem seria um primeiro passo. Hipócritas é um insulto. Fiz distribuir a definição de hipocrisia. Tinha dito que o faria para que fosse claro que era um insulto. No dia seguinte - como fizeram tantas vezes com Augusto Santos Silva -, um jornal (o i) colocou-me uma 'seta' para baixo. Tinha brincado com o Parlamento", apontou.

Apesar de tudo, confessou, "o insulto hipócritas foi passando", uma vez que "era impossível bloquear o debate a cada insulto".

"Foi-se normalizando. E coisas bem mais difíceis de antecipar - que o diga o presidente Lula - foram acontecendo. Durante algum tempo foi moda numa certa Direita, a que se juntaram comentadores-candidatos a Presidente, enquanto oleavam a sua máquina, dizer que o PS alimentava o Chega. E que o PAR procurava beneficiar-se politicamente desse confronto", acusou, numa referência ao Partido Social Democrata (PSD) e ao candidato presidencial Luís Marques Mendes.

Entretanto, o grupo parlamentar do Chega passou a contar com 50 deputados, "muitas das linhas vermelhas já foram ultrapassadas, o atual PAR, qual 'Chamberlain', vê falhar a sua estratégia de apaziguamento".

"Continuo a pensar o mesmo: chamar hipócrita é um insulto, a sua generalização a todos os socialistas é ainda mais grave. E a democracia teria tido mais a ganhar se tivessem percebido melhor que, sem regras, a degradação vai prosseguir", alertou.

Recorde-se que, na quinta-feira, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de apenas conseguir "intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência". A bancada do partido de André Ventura foi ainda criticada por ter proferido vários insultos dirigidos à ex-secretária de Estado da Inclusão quando os microfones estavam desligados, entre eles "aberração", "drogada" ou "pareces uma morta".

Entretanto, o PS anunciou que vai propor alterações ao código de conduta dos deputados para incluir novas sanções, pretendendo ainda que José Aguiar-Branco peça desculpa à deputada Ana Sofia Antunes, em nome do Parlamento.

Leia Também: PAR diz que "não devem haver" sanções na AR. "Façam pelo voto censura"

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