Chega acusa AD de estar "atolada em arguidos por corrupção"

O deputado Pedro Frazão, do Chega, considerou hoje que "a AD está atolada em arguidos por corrupção e incompatibilidades", uma intervenção que mereceu o repúdio do líder parlamentar do PSD, que o acusou de dizer "alarvidades" e injúrias.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
19/02/2025 19:28 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Assembleia da República

O deputado do Chega eleito por Santarém subiu ao púlpito da sala das sessões da Assembleia da República para fazer uma declaração política sobre agricultura, mas acabou por falar também por lançar farpas ao PSD.

 

Pedro Frazão disse que a "verdadeira ameaça à democracia" é a corrupção, responsabilizando os sociais-democratas, e considerou que o Governo está "decapitado pelo 'Spinumvivagate'", numa referência à empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

"A AD está atolada em arguidos por corrupção e incompatibilidades, tanto no Governo como aqui na Assembleia da República, e nas autarquias então não se fala. Sá Carneiro entregou-se à morte pelo país e os senhores desonram a sua memória", criticou o deputado do Chega. 

Pedro Frazão disse ainda que os sociais-democratas "fingiam criticar o PS por adjudicações suspeitas, mas fazem o mesmo" e "até Luís Montenegro segue a mesma cartilha". 

"Os senhores dizem que o Chega é uma ameaça à democracia. Mentira, vocês são a verdadeira ameaça à democracia", acusou o vice-presidente do Chega.

Esta intervenção motivou um pedido de palavra por parte do líder parlamentar do PSD, que classificou a declaração de Pedro Frazão como "injuriosa, ofensiva, mal-educada e, sobretudo, insinuante".

"Nesta bancada não se aceitam insinuações de corrupção nem a nenhum membro desta bancada, nem a nenhum membro do Governo. Aquilo que aconteceu agora aqui é uma manifesta vergonha que tem de ser censurada por esta câmara", salientou Hugo Soares.

Na resposta, o líder parlamentar do Chega acusou Hugo Soares de ter "gritado ódio" para a sua bancada e afirmou que "não é assim que vão calar a bancada do Chega" ou "condicionar o discurso político" do partido.

Mais à frente, Pedro Frazão acusou a bancada do PSD de estar "em pânico" por causa do caso da empresa fundada pelo primeiro-ministro e recusou ter mentido, reiterando que existem deputados sociais-democratas que são "arguidos por corrupção".

"Não disse mentira nenhuma. E agora, além de deputados, têm também um primeiro-ministro a braços com casos de adjudicações diretas", afirmou o dirigente do Chega.

Hugo Soares voltou a pedir a palavra para fazer a defesa da honra da bancada e acusar Frazão de ter dito "alarvidades", salientando que "não há nenhuma situação" em que o primeiro-ministro esteja envolvido em adjudicações diretas".

"É um disparate total", frisou. 

Pedro Frazão insistiu e disse que, enquanto líder do PSD, Luís Montenegro "recebeu mais de 600 mil euros em adjudicações diretas de presidentes de câmara do PSD para o seu escritório de advogados" e agora, já no Governo, "foi chamar para secretário de Estado alguém que lhe deu a ganhar mais de 200 mil euros enquanto era presidente da Câmara de Vagos".

Este episódio motivou ainda a intervenção da vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais, do PSD, que conduzia os trabalhos na altura. A deputada justificou que "a única razão" pela qual não chamou a atenção do deputado do Chega "pelas observações que fez", foi porque teve a "convicção de que o Grupo Parlamentar do PSD o faria".

Voltando a um tema debatido hoje em conferência de líderes, Teresa Morais referiu também que os apartes proferidos pelos deputados durante os debates são registados e afirmou que "não faltará muito tempo para que se fique a saber quem é que os fez e a quem é que se dirigiu".

Leia Também: AR aprova nova audição Hernâni Dias devido a declarações contraditórias

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