"Impossível ser aliado de Trump sem ser aliado de Putin", diz Rui Tavares

O porta-voz do Livre Rui Tavares afirmou hoje que é "impossível ser aliado de Trump sem ser também aliado de Putin" e defendeu que os Estados Unidos têm atualmente com a Europa uma relação predatória e não de aliança.

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Lusa
19/02/2025 18:21 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Livre

Numa declaração política no plenário dedicada à política europeia, Rui Tavares defendeu que o país não pode dizer que é aliado dos Estados Unidos da América e do seu Presidente, Donald Trump, quando o chefe de Estado norte-americano "diz acerca da Europa que ela é sua inimiga".

 

"Isso não descreve uma relação de aliança, descreve uma relação predatória e predador, que é a única coisa que o senhor Trump sabe ser politicamente e não só", disse.

Defendendo que Portugal deve fortalecer as alianças com a restante Europa, Rui Tavares acrescentou que é "impossível ser aliado de Trump, sem ser também aliado de Putin" e argumentou que é preciso voltar a dar atenção a ideias como a da formação de uma Comunidade Europeia de Defesa para responder às novas dinâmicas mundiais.

"É do interesse de todos os países médios e pequenos do mundo, se querem preservar a sua soberania, recusar claramente esta ideia de Trump e Putin e de Xi Jinping também, de que há dois ou três países que são super soberanos e todos os outros têm a soberania apenas pela metade. É preciso que os outros países do mundo se unam para dar uma lição a esses 'bullies' da ordem internacional", atirou.

A esta intervenção, o deputado social-democrata Paulo Moniz respondeu que não se pode fazer "uma revolução de fundo" - como caracterizou a proposta de Rui Tavares - depender da circunstância atual da administração norte-americana.

Para Paulo Moniz, pondo em marcha a proposta do Livre, a Europa ficaria numa posição de isolacionismo e, em consequência disso, "mais fraca".

"A nossa ligação transatlântica é uma ligação que nos traz um suporte militar que não é possível, que não é possível, goste-se muito ou goste-se pouco, de se alterar em meia dúzia de anos. Não é assim que se faz uma alteração dessas", disse, para depois lembrar a recente adesão da Suécia e da Finlândia à NATO como provas da importância da organização na garantia de segurança.

O PS, por Manuel Pizarro, disse concordar com o essencial da intervenção de Rui Tavares, mas pediu prudência na avaliação da parceria transatlântica, afirmando que "não se pode confundir a governação Trump, por mais impressionante que seja na sua irresponsabilidade, com a nação que são os Estados Unidos da América".

O CDS-PP, na sua declaração política, enalteceu, pelo líder parlamentar Paulo Núncio, as medidas avançadas pelo Governo que integra em matéria de segurança interna, sublinhando que este sempre foi um tema prioritário para os centristas e que não "foi nenhum estudo de opinião" que transmitiu ao partido que "esta era uma preocupação central para os portugueses".

Paulo Núncio enumerou o aumento do suplemento de risco das forças de segurança, o agravamento da moldura penal por crimes contra agentes de forças policiais, aquisição de 'bodycams' (câmaras corporais), 'tasers' e gás pimenta e reforço de verba para aquisição de viaturas.

Após a intervenção, António Filipe, do PCP, fez um pedido de esclarecimento para questionar aos centristas se, enquanto membros do Governo, vão "reduzir a temperatura do discurso" em relação a matérias de segurança se os dados do relatório de segurança interna que forem divulgados apontarem para uma redução da criminalidade.

"Caso contrário, perguntaremos se a insegurança aumentar, o que é que o CDS andou a fazer no Governo neste tempo todo em que a situação piorou. Portanto, o CDS está perante um dilema que será desvendado daqui por cerca de um mês e meio", concluiu.

À questão, Núncio respondeu garantindo que o Governo "não tem nenhuma intenção de que a criminalidade aumenta para justificar os investimentos" feitos e tem a convicção de que as medidas implementadas resultarão num aumento da "tranquilidade pública".

Leia Também: Entre acusações feitas por Trump, NATO tenta dar garantias a Zelensky

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