"Tenho confiança na maturidade dos eleitores, que irão, com certeza, com grande afluência às urnas para que os políticos tenham responsabilidade, coisa que não tem acontecido nos últimos meses na Madeira, para que haja estabilidade de política no parlamento que nos conduza à governabilidade e a um governo para quatro anos", afirmou.
José Manuel Rodrigues, também líder regional do CDS-PP e presidente da Assembleia Legislativa, falava aos jornalistas depois de ter votado numa sessão de voto instalada na Escola Básica da Ajuda, na freguesia de São Martinho, concelho do Funchal.
"Eu acho que hoje é um dia de maturidade, de responsabilidade, que deve conduzir à estabilidade e à governabilidade", sublinhou.
O cabeça de lista democrata-cristão mostrou-se, por outro lado, disponível para atender o telefone a qualquer líder partidário depois de conhecidos os resultados eleitorais, considerando a possibilidade de serem necessários entendimentos para garantir uma maioria no parlamento.
"Se Miguel Albuquerque [PSD] ligar, se Paulo Cafôfo [PS] ligar, se os outros ligarem, falarei com todos", afirmou, para logo reforçar: "Eu disse que falaria com todos e falo com todos. Só faço acordos com aqueles que entender e que contemplarem algumas das minhas propostas."
José Manuel Rodrigues disse ainda que hoje vai almoçar com a família e "descansar um pouco" durante a tarde.
"São as eleições em que eu estou mais sereno, menos ansioso à espera dos resultados eleitorais", disse, explicando que ao cabo de 30 anos de atividade política "a ansiedade já passou".
As secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira estão abertas entre as 08:00 e as 19:00.
De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o número de inscritos "habilitados para votar" na eleição de hoje é de 255.380, dos quais 249.840 na ilha da Madeira e 5.540 na ilha do Porto Santo.
Segundo o mapa oficial publicado em Diário da República das anteriores eleições regionais madeirenses, em maio de 2024, estavam inscritos nessa altura 254.522 eleitores, tendo votado 135.917. Ou seja, em comparação com as eleições realizadas há 10 meses, hoje podem votar mais 858 eleitores.
Às legislativas de hoje da Madeira, concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.
Encabeçam as candidaturas deste ano Edgar Silva (CDU), Miguel Albuquerque (PSD), Marta Sofia Silva (Livre), Élvio Sousa (JPP), Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Raquel Coelho (Força Madeira), Paulo Cafôfo (PS), Gonçalo Maia Camelo (IL), Paulo Brito (PPM), Roberto Almada (BE), Miguel Castro (Chega), Miguel Pita (ADN) e José Manuel Rodrigues (CDS-PP).
Nas últimas regionais, o PSD conseguiu eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (mas, uma deputada tornou-se, entretanto, independente) e o CDS-PP dois. PAN e IL garantiram um assento cada. A abstenção foi de 46,60 %.
As eleições antecipadas ocorrem na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
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