"O que eu gostava era que a abstenção descesse e que os madeirenses viessem massivamente às urnas porque democracia é esperança e não se pode perder a esperança", começou por afirmar Gonçalo Maia Camelo, depois de ter votado na Escola da Ajuda, na freguesia de São Martinho, no Funchal.
O candidato acrescentou que a "abstenção é fruto de uma perda de interesse, de uma perda de esperança", realçando que "a democracia é o regime da esperança" e quem vota "pode decidir a sua vida e a sua vida pode ser transformada através do voto".
"Portanto, o que eu transmito aos madeirenses é que tenham esperança e assumam a condução dos seus próprios destinos, porque a democracia é isso, é votar, é escolher, é tomar o nosso destino nas nossas mãos", reforçou o candidato.
Gonçalo Maia Camelo, que é também coordenador da IL/Madeira, considerou que o partido fez "uma campanha de princípios, de valores, transmitindo um sentido de responsabilidade", esperando agora que os madeirenses "acreditem que é possível haver uma solução de estabilidade e de responsabilidade".
O candidato referiu ainda que até à hora de serem conhecidos os resultados eleitorais vai aproveitar o dia em "reflexão e em descanso" com a família.
As secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira estão abertas entre as 08:00 e as 19:00.
De acordo com dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o número de inscritos "habilitados para votar" na eleição de hoje é de 255.380, dos quais 249.840 na ilha da Madeira e 5.540 na ilha do Porto Santo.
Segundo o mapa oficial publicado em Diário da República das anteriores eleições regionais madeirenses, em maio de 2024, estavam inscritos nessa altura 254.522 eleitores, tendo votado 135.917. Ou seja, em comparação com as eleições realizadas há 10 meses, hoje podem votar mais 858 eleitores.
Às legislativas de hoje da Madeira, concorrem 14 candidaturas que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
Nas legislativas regionais, o representante da República, cargo ocupado por Ireneu Barreto, convida uma força política a formar governo em função dos resultados (que têm de ser publicados), após a auscultação dos partidos com assento parlamentar na atual legislatura.
Encabeçam as candidaturas deste ano Edgar Silva (CDU), Miguel Albuquerque (PSD), Marta Sofia Silva (Livre), Élvio Sousa (JPP), Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Raquel Coelho (Força Madeira), Paulo Cafôfo (PS), Gonçalo Maia Camelo (IL), Paulo Brito (PPM), Roberto Almada (BE), Miguel Castro (Chega), Miguel Pita (ADN) e José Manuel Rodrigues (CDS-PP).
Nas últimas regionais, o PSD conseguiu eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (mas, uma deputada tornou-se, entretanto, independente) e o CDS-PP dois. PAN e IL garantiram um assento cada. A abstenção foi de 46,60 %.
As eleições antecipadas ocorrem na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
Leia Também: PAN/Madeira apela aos eleitores para "não desistirem", apesar do cansaço