PCP vai fazer queixa junto da ERC e da CNE após entrevista a Raimundo

O PCP vai apresentar queixas junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) devido à condução da entrevista na RTP ao secretário-geral do partido.

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Lusa
25/03/2025 13:59 ‧ ontem por Lusa

Política

PCP

Esta informação foi avançada à agência Lusa por fonte oficial do PCP.

 

Em causa está uma entrevista ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, na segunda-feira à noite no Telejornal da RTP1.

Conduzida pelo jornalista José Rodrigues dos Santos e feita no âmbito das eleições legislativas antecipadas de maio, o único tema abordado durante a entrevista, que teve uma duração de 10 minutos, foi a posição do PCP sobre a guerra na Ucrânia.

Após esta entrevista, o PCP anunciou, numa publicação na rede social X, que iria acionar "todos os meios legais" contra a RTP, considerando que tinha sido alvo de provocação.

"Perante a provocação que aconteceu hoje na RTP, o PCP acionará todos os meios legais. O fascismo e a guerra sabem que têm na firmeza do PCP o seu inimigo", lê-se na publicação em questão.

Em comunicado divulgado durante a tarde, o gabinete de imprensa do PCP confirma que vai avançar com as três queixas e deixa várias críticas.

Para o PCP, "o que ontem se assistiu foi, a partir da oportunidade de ter na sua presença o secretário-geral do PCP (supostamente para uma entrevista sobre a situação do país e as legislativas de 18 de Maio), um desonesto exercício de manipulação", considerando "absolutamente inaceitável" a forma como a entrevista foi conduzida, uma vez que "não foi feita uma única pergunta sobre a situação política e social do país".

Na nota, o PCP diz que "não estão em causa opções editoriais" e defende que "a liberdade de imprensa não pode ser sinónimo de instrumentalização da titularidade de jornalista para, no uso dessas funções, fazer desaguar as suas conceções ideológicas".

"José Rodrigues dos Santos tem todo o direito de exercitar esse posicionamento em outros espaços e instrumentos. Mas não pode nem tem o direito, por razões éticas que não apenas deontológicas, de aproveitar um espaço mediático para transformar uma entrevista num ajuste de contas", consideram os comunistas.

O partido salienta ainda que "os órgãos de comunicação social -- e a televisão pública com responsabilidades acrescidas -- assumem um importante papel em períodos eleitorais (como o que vivemos), no quadro dos princípios constitucionais conquistados com a Revolução de Abril, do qual o PCP é um dos principais construtores".

[Notícia atualizada às 17h29]

Leia Também: "Provocação". PCP aciona meios legais contra RTP após entrevista polémica

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