André Ventura, afirmou, esta segunda-feira, que os cartazes que comparam o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a José Sócrates são "liberdade de expressão" criticando a ação judicial interposta pelo também presidente do PSD contra o Chega. Além disso, recusou-se a retirar os referidos cartazes.
"Não fui notificado ainda de nenhuma ação judicial do primeiro-ministro contra mim ou contra o partido", começou por dizer André Ventura, em declarações aos jornalistas.
"Parece-me uma coisa extremamente grave que um primeiro-ministro conviva mal com a liberdade de expressão e com liberdade de opinião", atirou.
Para Ventura, com os cartazes estava a ser transmitida "uma mensagem de que PS e PSD são símbolo da corrupção que se instalou em todos os degraus da governação pública do país" e Montenegro "é a expressão dessa corrupção".
"Eu vejo com alguma estupefacção que um primeiro-ministro, um democrata, entenda que deve ir para os tribunais processar um partido, processar um líder partidário e exigir-lhe que retire cartazes políticos que estão na rua", criticou André Ventura, referindo que o Chega está "à disposição" para ser ouvido, mas que seria "inédito um tribunal" ordenar a retirarada de 'outdoors' de um partido.
Interrogado sobre se não se arrepende dos cartazes em questão, foi claro: "Não me arrependo de nada".
"Este PSD e este primeiro-ministro têm sido um dos maiores símbolos, tal como José Sócrates também, da podridão do sistema e, por isso, não, nós não vamos retirar os nossos cartazes que evidenciam isso mesmo, que o sistema está podre e está corrupto", afirmou André Ventura.
Luís Montenegro interpôs uma providência cautelar contra o Chega e André Ventura devido aos cartazes que o associam ao antigo primeiro-ministro José Sócrates, avançou a CNN Portugal, que teve acesso à ação judicial, e confirmou o também presidente do PSD.
Segundo a estação, o atual primeiro-ministro pediu ao Tribunal Judicial de Lisboa que ordene ao partido a retirada dos cartazes, no prazo de cinco dias, e que ordene uma multa, caso tal não aconteça. Contudo, o Tribunal terá recusado, invocando o direito ao contraditório. Desta forma, os responsáveis do Chega terão sido notificados para ser ouvidos.
Na ação, Montenegro fala num cartaz "vergonhoso", que considera difamatório. Em causa, refere, está o facto de ser colocado ao lado de Sócrates, antigo governante que está "há dez anos envolvido num processo" de corrupção.
[Notícia atualizada às 17h33]
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