O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, apresentou, esta quarta-feira de manhã, em Lisboa, as medidas previstas pelo partido para a habitação e destacou a "descida do IVA na construção", a maior "celeridade dos processos" para construir casas e incentivos aos proprietários que têm imóveis por arrendar.
"Propomos a descida do IVA na construção e celeridade nos processos, porque hoje construir em Portugal demora demasiado tempo – fizemos até uma lista de todos os passos. É um verdadeiro martírio, um calvário. É preciso muita coragem para construir em Portugal. Do ponto de vista do mercado de arrendamento temos 160 mil casas em zonas de pressão urbanística que estão vazias e temos de perguntar porque não são colocadas no mercado de arrendamento", anunciou, em declarações aos jornalistas em Lisboa, Rui Rocha.
Entre os incentivos para os proprietários de imóveis, que não os têm a arrendar por considerarem desvantajoso, a IL pretende baixar o imposto sobre os rendimentos prediais para que "quem tenha uma casa tenha incentivo para a colocar no mercado".
"Aquilo que um senhorio paga de imposto base são 25%. Queremos que quem tem propriedade pague 15% para que diga que vale a pena o risco porque o rendimento que vai tirar cobre esse risco", explicou o líder da Iniciativa Liberal.
Para Rui Rocha, estas medidas são necessárias porque a crise da habitação, em Portugal, é um "verdadeiro escândalo".
"Temos jovens que não conseguem sair de casa dos pais, pessoas que têm uma família que cresceu, precisam de uma casa maior e não encontram para mudar e até pessoas que se separaram e têm de continuar a viver juntas. Chegámos ao limite do aceitável em matéria de crise de habitação. Temos de ter mais casas disponíveis e isso significa que temos de ter mais casas construídas e mais casas no mercado de arrendamento", acrescentou.
Tarifas? IL defende negociações e "resposta cirúrgica" sem entrar em escalada
No que toca às tarifas, o presidente da IL defendeu a via negocial para responder e pediu que se adote uma "resposta cirúrgica e assertiva", sem criar uma "guerra tarifária aberta".
Em declarações aos jornalistas na Praça do Duque de Saldanha, onde a IL divulgou um novo cartaz eleitoral, Rui Rocha considerou que Donald Trump iniciou uma "guerra tarifária", que "é má para todos os portugueses, porque vai atrasar o desenvolvimento económico ou mesmo gerar uma crise económica".
Rui Rocha aproveitou ainda o tema para deixar críticas ao Chega, que não mencionou diretamente, frisando que quem, "em Portugal defende estas políticas de Trump, está ao serviço de Trump, mas não seguramente ao serviço dos portugueses".
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas a 18 de maio, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa a 13 de março, dois dias depois de o Parlamento chumbar uma moção de confiança ao Governo e que ditou a demissão do Governo PSD/CDS.
[Notícia atualizada às 13h30]
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