Legislativas? "Pedro Nuno Santos não quer ser primeiro-ministro?"

O porta-voz do Livre criticou hoje o secretário-geral do PS por apelar ao voto útil "a mais de um mês das eleições" legislativas, questionando se Pedro Nuno Santos não quer ser primeiro-ministro caso a esquerda obtenha uma maioria parlamentar.

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© Rita Franca/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
09/04/2025 13:05 ‧ há 2 semanas por Lusa

Política

Legislativas

"Não faz nenhum sentido, aliás, nem do ponto de vista da tática política, estar a fazer um discurso de voto útil a mais de um mês das eleições. Significa que, quando chegar ao dia das eleições, já ninguém vai ouvir esse discurso de voto útil, que já não faz sentido para as pessoas", advogou Rui Tavares.

 

O dirigente do Livre falava aos jornalistas após uma reunião na sede do Sindicato Independente dos Médicos, em Lisboa, após questionado sobre o apelo feito na terça-feira à noite por Pedro Nuno Santos para que não se dispersem votos à esquerda, argumentando que só a vitória do PS permite uma alternativa à AD -- Coligação PSD/CDS-PP.

Tavares salientou que "a realidade tem muita força e a realidade é que, neste momento, o PSD não garante reciprocidade ao PS em termos de aprovar um seu governo e o PS também, na verdade, não garante essa reciprocidade".

Na opinião do deputado, "toda a discussão feita à volta de ver quem é que fica em primeiro lugar com um deputado a mais entre PS e PSD não faz nenhum sentido", uma vez que os eleitores votam em deputados que compõem o parlamento.

"Mesmo que o PS ficasse um voto à frente do PSD, se depois a Iniciativa Liberal se juntasse à AD rejeitaria um programa de Governo do PS e o PS não governaria. Estão-me a dizer a sério que Pedro Nuno Santos, nesta fase do seu percurso como secretário-geral do PS, não quer ser primeiro-ministro? E não quer, para isso, contar com os votos da restante esquerda que, segundo as sondagens, têm mais votos do que a AD e a IL e, portanto, mais mandatos também?", questionou.

Questionado sobre se já perdeu a esperança de um "compromisso histórico" das esquerdas nestas eleições, para o qual apelou recentemente, Tavares respondeu que fala para os eleitores e manifestou-se convicto de que "a partir do momento em que convencemos os eleitores, os políticos vêm atrás".

"E quando os políticos veem as sondagens, quando os políticos veem a própria realidade do parlamento, se querem fazer alguma coisa para mudar o país, se querem governar, então nesse caso têm que ouvir a voz do povo. (...) Eu não preciso de estar a pedinchar nada a ninguém, nem insistir com ninguém em nada, porque são os próprios eleitores que vão dar essa mensagem", defendeu.

Interrogado sobre o Conselho de Ministros de quinta-feira, que vai discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América, Tavares defendeu apoios do Estado a setores mais fragilizados, "até ser possível encontrar novos mercados", na América Latina, no Canadá, ou até no Sudeste Asiático.

Sobre a reunião com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que requereu este encontro, Rui Tavares definiu o SNS como uma "casa comum" que, tal como outras casas, por vezes pode precisar de cuidados "na canalização", ou de "reparar o telhado".

"Não devemos é ir pelo conto do vigário, que quer dizer que temos que basicamente de livrar-nos desta casa e ir para outra completamente diferente", alertou, numa alusão a um abandono do SNS.

Tavares adiantou que, na reunião, foi abordada a proposta de os lares serem obrigados a ter médicos, tal como já é obrigatório ter enfermeiros, o que "possibilita que as pessoas sejam seguidas nas residências onde estão".

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Nuno Rodrigues, defendeu a necessidade de fixar e captar médicos, salientando que "para isso é preciso que os concursos sejam céleres".

Além disto, Nuno Rodrigues destacou como prioridade que os médicos sejam avaliados. "Mais de 70% dos médicos nunca foi avaliado e 50% estão na primeira categoria da carreira e, por isso, é preciso haver aqui uma valorização do trabalho médico", apelou.

[Notícia atualizada às 13h14]

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