Dirigentes saem do Chega de Coimbra e falam em "ambiente intimidatório"

Antiga vice-presidente da distrital e o único deputado municipal por Coimbra desfiliaram-se do Chega em protesto contra o presidente da distrital, que acusam de criar um "ambiente intimidatório", disseram hoje os próprios à agência Lusa.

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Lusa
17/04/2025 15:44 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Chega

O presidente da distrital do Chega, Paulo Seco, disse à Lusa que recusa qualquer acusação de comportamento incorreto, considerando que os antigos dirigentes são pessoas "só com vontade de aparecer para criticar".

 

O único deputado municipal do Chega em Coimbra, Fernando Duque, e a antiga vice-presidente da distrital, Sónia Almeida, desfiliarem-se nos últimos dias do partido, mas outros dirigentes terão seguido o mesmo caminho, afirmam à Lusa os próprios, referindo que cerca de 150 militantes no distrito já manifestaram, num documento, o seu descontentamento à direção nacional.

O principal alvo das críticas é Paulo Seco, que agora encabeça a lista de deputados do Chega pelo círculo de Coimbra nas legislativas de 18 de maio.

"Isto tem sido um caminho para uma desilusão. A nível local, a distrital tem elementos que não cumprem a sua função, não respeitam os militantes e não têm qualquer credibilidade. O nosso presidente da distrital é uma pessoa sem características pessoais ou políticas para o lugar", disse à agência Lusa Fernando Duque, que já solicitou a sua desfiliação do partido.

Segundo o deputado municipal que agora passa a independente, outros membros do partido a nível distrital também seguiram o mesmo caminho e "cerca de 100 deixaram de pagar as quotas" e afastaram-se do Chega.

De acordo com Fernando Duque, o presidente da distrital "destrata os militantes", acusando-o de "oportunismo" e de só "olhar para o seu umbigo".

"Começaram-se a ver características de ditador e foi sempre um caminho negativo de 'eu quero, posso e mando'", alegou.

Fernando Duque vincou ainda que a saída não está relacionada com lugares nas listas para as legislativas ou autárquicas.

"Nunca pedi nada nem quero", acrescentou.

Quer Fernando Duque quer Sónia Almeida afirmam ter comunicado a situação à Direção Nacional, mas nunca receberam uma resposta.

Sónia Almeida, que se desfiliou na quarta-feira do partido, disse à Lusa que a decisão foi também motivada pela liderança de Paulo Seco.

"É murros na mesa, é gritos. Criava um ambiente intimidatório. Só ele é que mandava e não me deixava fazer nada", disse, referindo que Paulo Seco chegou a chamá-la de burra "e outras coisas".

Contactado pela Lusa, Paulo Seco disse que as saídas estão relacionadas com a elaboração das listas para as legislativas, considerando normal que "haja discordância de opiniões".

Sobre as acusações, o presidente da distrital considerou-as "ridículas", recusando ter alguma vez faltado ao respeito aos militantes, considerando que as críticas vêm de pessoas "que acham que é atrás de um telemóvel que se resolvem as coisas".

"Aos ignorantes, só temos de ter de fazer uma coisa, que é deixá-los a falar sozinhos", acrescentou, dizendo que não há qualquer processo contra si no conselho de jurisdição do partido ou em tribunal.

O dirigente confirmou que dos nove membros da comissão política distrital inicialmente eleitos saíram quatro.

"As saídas são motivadas por questões pessoais. Não tenho nada contra cada um deles. Se fosse um homem assim tão problemático ou conflituoso, alguma vez o André Ventura me nomeava para cabeça de lista por Coimbra?", perguntou.

Sobre o descontentamento de militantes, Paulo Seco afirmou desconhecer tal documento, mas que ter 100 membros críticos enriquece um partido com "mais de 1.400 militantes no distrito".

A agência Lusa procurou esclarecimentos junto da Direção Nacional do Chega, mas sem sucesso, até ao momento.

Leia Também: "Salazar" foi invocado em debate AD-BE; Há "mundo" a separar Chega e CDU

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