Apoiam a nova solução governativa que lidera Portugal mas não deixam de ser "autónomos". Eles são um grupo de pessoas que tem estado e quer continuar “a intervir politicamente” na vida do país, com as preocupações centradas sobretudo no plano social.
“Entendemos que a sociedade portuguesa tem sempre um défice de atuação e debate. Há pouco espaço para além dos partidos onde esses debates possam ser feitos de uma forma mais livre desassombrada. A Associação Fórum Manifesto tem uma responsabilidade e um dever de levar a avante esse conjunto de debates”, explica Ana Drago, uma das constituintes da Fórum Manifesto, em entrevista ao Notícias ao Minuto.
A antiga deputada do Bloco de Esquerda junta-se a outras personalidades na Associação que integrou, juntamente com a Renovação Comunista, a candidatura cidadã do partido Livre nas Legislativas. Os resultados, contudo, não permitiram a eleição de um deputado, mas o “papel interventivo” é para ser mantido e por isso a Associação segue agora o seu próprio caminho.
Apesar de apoiar a maioria parlamentar de Esquerda, a Manifesto, "um espaço de encontro à esquerda", não deixa de ter “um olhar crítico” pessoal sobre a atualidade e é, por isso, um novo “mecanismo de combate às políticas de Direita”. “O debate entre a maioria dos partidos que suportam o Governo é feita entre os partidos. Nós entendemos é que há um conjunto de debates e atuação no campo cívico que tem poucos atores a fazê-lo e que a Manifesto o pode fazer”, sustenta Ana Drago, referindo-se a questões como "a arquitetura da União Europeia e da União Monetária, a coesão territorial e a reformulação do sistema de representação política", tal como enumera o manifesto da associação.
No entender da antiga deputada, "os constrangimentos entre partidos dentro da Assembleia da República envolvem incertezas que dificultam a discussão de questões difíceis”.
Para que este debate possa ser feito, a Manifesto aposta, para já, na criação de uma plataforma digital onde serão publicados conteúdos para serem debatidos, sejam eles medidas propostas ou apenas pensadas pelo Governo ou oposição. Depois, a projeção da Associação poderá passar por iniciativas de reflexão da Esquerda, algo parecido com as ‘Universidades de Verão’ partidárias.