"Na economia, o que nós vemos é um crescimento muito anémico", afirmou Assunção Cristas, reportando-se aos dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal em relação à subida da dívida pública para os 131,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre.
De acordo com o boletim estatístico de junho do Banco de Portugal, nos primeiros seis meses do ano, a dívida das administrações públicas, na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas), aumentou para os 240.019 milhões de euros, mais 2.402 milhões de euros do que em março deste ano e mais 8.674 milhões de euros do que em dezembro do ano passado.
Assim, o rácio da dívida sobre o PIB registado no primeiro semestre supera o registado em dezembro de 2014, quando a dívida das administrações públicas atingiu os 130,2%.
Este valor hoje apurado pelo Banco de Portugal coincide com a estimativa avançada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que calculou que a dívida pública em percentagem do PIB subisse para 131,6% no primeiro semestre deste ano.
"É muito, sobretudo quando comparamos com a tendência decrescente que vinha do passado", sublinhou Assunção Cristas em declarações nas Caldas da Rainha, considerando que os números são "muito distantes daquilo que eram as previsões do Governo, quando previa uma divida pública de 124% para este ano".
No Programa de Estabilidade 2016-2020, o Governo comprometeu-se com uma redução da dívida pública para os 124,8% este ano, uma meta que está 6,8 pontos percentuais abaixo do que o valor registado na primeira metade do ano.
Dados a que juntou os valores "do crescimento económico de apenas 0,8%", ou seja, "metade da previsão do Governo", que apontava para 1,6%, para concluir serem sinais que levam a concluir que "o rumo da economia portuguesa está mal".
A consequência, acrescentou a presidente do CDS-PP, "é que haverá menos investimento, com menos criação de emprego", aumentando a dificuldade de os portugueses saberem se podem "confiar no dia de amanhã" e a quantidade de pessoas "sem confiança na atual governação".
Assunção Cristas falava nas Caldas da Rainha, à margem de uma visita à Feira Nacional da Hortofruticultura - Frutos 2016, que decorre no Parque D. Carlos I até ao próximo dia 28.