Convidada para estar em Atenas pelo partido grego Nova Democracia e transmitir a sua experiência enquanto ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque falou durante cerca de 20 minutos sobre a sua vivência como governante mas contextualizou também perante algumas centenas de gregos a atual situação política e económica portuguesa.
O país "está pior do que o que podia e devia", com um "crescimento menor do que no ano passado, as exportações a crescer a um ritmo mais lento e o investimento a cair", sustentou a social-democrata.
"Não surpreendentemente, a estratégia económica [do atual Governo socialista] não está a corresponder ao prometido", sublinhou a vice-presidente social-democrata.
Definindo-se como uma "otimista", Maria Luís Albuquerque lembrou os gregos que o PSD - aliado ao CDS-PP - venceu as eleições do ano passado "após implementar um programa de ajustamento muito difícil, mas sempre dizendo a verdade às pessoas".
"Precisamos de políticos corajosos que digam a verdade", prosseguiu.
Sobre o Governo do PS - apoiado por "dois partidos da extrema-esquerda [BE e PCP]", Maria Luís sublinhou que a reversão de reformas estruturais tem vindo a fazer cair a "confiança e credibilidade" de Portugal, nomeadamente na "imprensa internacional, agências de 'rating' ou fazedores de opinião".
"Bem sei que tudo isto soa demasiado familiar para vocês", disse, dirigindo-se aos cidadãos helénicos, mas mostrando confiança em ambos os países e na estratégia quer do PSD quer da Nova Democracia.
Maria Luís Albuquerque foi uma das oradoras da conferência "Melhores práticas europeias: uma força motriz para a Grécia" e abordou a "recuperação económica de Portugal", numa sessão que arrancou com a intervenção do líder da Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, que recentemente esteve na Universidade de Verão do PSD.