O regresso de Cavaco Silva à arena política com uma intervenção na Universidade de Verão da Juventude Social Democrata (JSD) esta quarta-feira, quer pela dureza do vocabulário escolhido, quer pelos recados que deixou ao atual Presidente da República e ao Governo, originaram uma onda de críticas.
O social-democrata Carlos Abreu Amorim, "que nunca foi cavaquista", saiu em defesa de Cavaco Silva. "Confesso-me indignado com as reações ultra-sectárias ao seu discurso por parte dos partidos da Geringonça e de outros políticos", começa por escrever na sua página de Facebook, colocando de seguida algumas questões.
"Sejamos claros: alguém condenou Cavaco Silva a um voto forçado de silêncio? Mas, então, aquele que foi uma figura incontornável da política portuguesa desde 1979 (2 anos como ministro das Finanças, 10 anos como primeiro-ministro e outros tantos como Presidente da República) está proibido de dar a sua visão sobre o país? A Geringonça e afins querem-no calado, quedo e mudo?".
Para Carlos Abreu Amorim, a "extrema ferocidade das censuras à opinião de Cavaco Silva apenas comprova que este acertou em cheio no alvo mas, também, e muito pior, que quem nos governa está irremediavelmente deficitário dos rudimentos de cultura plural e democrática". A verdade, prossegue, "é que esta gente não sabe conviver com quem discorda das suas ideias e ações que crêem e querem acima de qualquer reparo".