CDS critica que obras para pediatria do S. João dependa de assinatura

O CDS-PP criticou hoje o facto de o lançamento de um novo concurso público para a construção do Centro Pediátrico Integrado (CPI) do Hospital de S. João, no Porto, estar dependente de "uma assinatura" do Governo.

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Lusa
12/04/2018 13:24 ‧ 12/04/2018 por Lusa

Política

Cecília Meireles

 

"O que percebemos hoje é que parte substancial desta verba [necessária para a construção do CPI] já existe, já está na disponibilidade do S. João, mas falta uma assinatura que autorize a abertura de concurso e sem a assinatura é impossível começarmos sequer a falar desta obra, que vai demorar anos a estar concluída", afirmou a deputada do CDS-PP Cecília Meireles aos jornalistas.

Segundo Cecília Meireles, os deputados do CDS-PP que hoje estiveram reunidos com a administração do S. João saíram do encontro "ainda mais preocupados", por saber que desbloquear a empreitada depende apenas de uma assinatura e o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter na quarta-feira recusado adiantar uma data de quando desbloqueará a situação.

Afirmando que, "naturalmente, todos os governos que conheciam a situação [na pediatria daquele hospital] terão responsabilidades", a deputada centrista realçou que "agora o que é importante é resolver o problema".

"Este Governo anunciou em 2017 que a obra estaria no terreno. Anunciou-a e a realidade daquilo que vemos é que não está a acontecer, apesar de nos ter sido dito [na reunião de hoje] que já havia a disponibilidade de grande parte dessa verba" de 23,8 milhões de euros, necessária para construir e apetrechar o CPI, frisou.

Cecília Meireles garantiu que o CDS-PP vai "insistir" através de todas as formas, "quer no parlamento quer fora dele", para que a situação seja ultrapassada.

"O que é importante para nós é que o problema seja resolvido e é de facto inexplicável que, havendo já disponibilidade de uma parte substancial da verba [necessária para a empreitada, que atinge os 23,8 milhões de euros], que aquilo que falte seja uma assinatura. Nós perguntaremos, insistiremos e não esqueceremos este assunto", vincou.

Adiantando que "o Hospital de S. João continua a ser de referência nos cuidados pediátricos", Cecília Meireles defendeu também a necessidade de o investimento naquele centro hospitalar regressar "aos níveis de pré-troika" e "regressar à normalidade, porque se percebe que houve dificuldades em determinado momento não se percebe que elas continuem a persistir, depois de terem desaparecido e de a troika ter saído".

"É preciso que os hospitais tenham autonomia para gerir o seu próprio orçamento", sublinhou a deputada centrista.

Cecília Meireles disse mesmo: "O ministro da Saúde diz que há má gestão no Serviço Nacional de Saúde, eu creio que há é má gestão e péssima gestão no Governo, porque não é possível haver gestão, nem boa nem má, quando os hospitais não têm autonomia para gerir o seu orçamento".

Segundo a deputada, "muitas vezes o problema não é falta de dinheiro, há é falta de assinatura", o que reafirmou considerar serem "cativações encapotadas".

Questionado a comentar a situação, o presidente da administração do S. João, António Oliveira e Silva, apenas referiu hoje aos jornalistas que, com o desbloqueamento da verba, não há nenhum impedimento para avançar com a obra de imediato.

Em 01 de junho do ano passado foi assinado um memorando de entendimento entre a Administração Central do Sistema de Saúde, a Administração Regional de Saúde do Norte e o São João para a edificação e apetrechamento do CPI, num prazo estimado de três anos.

O CPI será construído no local onde a Associação Joãozinho tinha iniciado a edificação da nova ala pediátrica, financiada por fundos privados, que foi, entretanto, suspensa.

Aquando da assinatura do memorando, o presidente da Administração do hospital referiu estar em negociações com a associação Joãozinho para a reversão da titularidade da obra, sendo que atualmente esta já é do Centro Hospitalar.

 

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