Depois de revelado que em Santarém há um padre condenado por abusos sexuais de menores que continua a exercer, o bispo da diocese esclareceu que após submetido a exames, que o padre está "em depressão" e portanto "fez coisas que não devia".
Na ótica do bispo, em declarações à SIC Notícias, esta sexta-feira, "essa perturbação não se configura num pedófilo compulsivo".
Durante o acompanhamento feito ao padre, José Traquina garante que "não houve mais casos e não havia antecedentes, e por isso pode ter sido uma situação que pode corresponder a um momento especial de perturbação".
Questionado sobre se tem assistido a um afastamento dos fiéis da Paróquia de Almoster e Vale de Santarém, onde António Júlio Santos é sacerdote, o bispo esclarece que não tem indicações disso.
No entanto, segundo o que a SIC Notícias apurou, houve mesmo quem se tenha afastado da igreja quando soube dos atos do padre. Uma mulher confessou mesmo ao canal que "nunca mais" foi à missa.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja deu conta de mais de 500 testemunhos de abusos sexuais no seio daquela organização, e pelo menos 4.815 vítimas, segundo dados revelados em fevereiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Após recolhidos os dados, a comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.
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