O cientista chinês que alega ter ajudado a criar os primeiros bebés geneticamente manipulados afirmou esta quarta-feira que uma nova gravidez do género pode estar a caminho.
He Jiankui, falava numa conferência em Hong Kong, sobre o seu trabalho que tem sido amplamente criticado, quando revelou que existe “outra voluntária grávida” de um embrião geneticamente modificado. Segundo reporta a Reuters, esta gravidez poderá estar ainda numa fase muito preliminar.
O professor da Universidade de Ciências e Tecnologias falava para uma plateia de 700 pessoas, recordando que a modificação genética feita em duas gémeas, no estado embrionário, visou torná-las resistentes a uma infeção futura do VIH/Sida.
Apesar das muitas críticas de que tem sido alvo, He Jiankui disse estar orgulhoso do seu trabalho. Recorde-se que cientistas e reguladores condenaram a experiência, classificando-a de antiética e não-científica.
O antigo prémio Nobel, David Baltimore, por exemplo, afirmou que o trabalho do cientista chinês mostrou uma falha de auto-regulação entre os cientistas e que "seria considerado irresponsável" porque não atendia a critérios com os quais muitos cientistas concordaram há vários anos.
A Comissão Nacional de Saúde ordenou que as autoridades locais na província chinesa de Guangdong investigassem as ações de He Jiankui, enquanto o seu empregador, a Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul, anunciou também que abriu um inquérito.
Por todas estas críticas, o cientista chinês terá também afirmado hoje que "vai realizar uma pausa nos ensaios clínicos".