Os cientistas conseguiram observar moléculas de água em movimento no lado visível da Lua, com recurso a um instrumento a bordo do Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), uma sonda espacial de observação lunar.
Um estudo publicado na Geophysical Research Letters descreve como as medidas feitas pelo Lyman Alpha Mapping Project (LAMP), o instrumento que permitiu a descoberta, da camada de moléculas de moléculas coladas à superfície ajudaram a caracterizar as mudanças de hidratação lunar ao longo de um dia.
"Este estudo é um passo importante para avançar a história da água na Lua e o resultado de anos de dados acumulados da missão do LRO", disse John Keller, cientista do centro da NASA e responsável pelo projeto.
Até à última década, os cientistas pensavam que a lua era árida e que a água que existisse seria sobretudo em bolsas de gelo em crateras da penumbra na proximidade dos pólos.
Mais recentemente, os cientistas identificaram águas superficiais em populações esparsas de moléculas ligadas ao solo lunar. Mas a quantidade e locais variam consoante a altura do dia. A água lunar é mais comum em latitudes mais elevadas e tende a mover-se à medida que a superfície aquece.
Sobre a possível origem da água lunar, os cientistas põem a hipótese de que o iões de hidrogénio no vento solar podem ser a origem da maior parte. Como resultado, quando a lua passa atrás da Terra é protegida do vento solar e a "torneira da água" fecha
Esta água lunar pode ser potencialmente usada por humanos para criar combustível, como escudo contra a radiação ou para gestão térmica. Se estes materiais não precisarem de ser transportados da Terra, as futuras missões ficam mais acessíveis”, constatou Amanda Hendrix, investigadora do Instituto de Ciência Planetária, e principal autora do artigo.