Huawei pede aos EUA que anulem proibição de compra de equipamentos

O gigante das telecomunicações chinês Huawei lançou uma nova ofensiva contra a administração do Presidente dos EUA ao pedir a um tribunal norte-americano para anular a "proibição tirânica" de compra dos seus equipamentos pelos governos estatais.

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Lusa
29/05/2019 06:08 ‧ 29/05/2019 por Lusa

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Huawei

"Esta lei estabelece diretamente que a Huawei é culpada e impõe um elevado número de constrangimentos (...), com o objetivo evidente de afastar a Huawei", indicou na terça-feira um responsável jurídico da empresa, Song Liuping, num comunicado divulgado pela cadeia de televisão chinesa CCTV.

O grupo tinha apresentado uma queixa, em março, no Texas, por considerar que o Congresso norte-americano nunca apresentou provas para justificar as "restrições anticonstitucionais" que visam a companhia.

"Esperamos que os tribunais norte-americanos declarem que a proibição à Huawei é inconstitucional e impeçam a sua entrada em vigor", acrescentou Song.

Na mira do gigante tecnológico está a proibição de administrações federais nos Estados Unidos de comprarem equipamentos e serviços à Huawei.

"Esta maneira de usar a legislação (...) é um ato tirânico e é explicitamente proibido pela Constituição dos EUA", disse o diretor jurídico da Huawei.

O anúncio de hoje ocorre no momento em que o grupo chinês, líder mundial indiscutível em 5G (a quinta geração de redes móveis), é alvo de uma nova onda de ataques de Washington.

Donald Trump decidiu na semana passada proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de "risco", tendo em vista a Huawei.

Como consequência imediata do anúncio de Washington, a Google anunciou que iria romper com a Huawei.

O grupo chinês depende do gigante norte-americano da internet para o sistema Android, instalado na maioria dos 'smartphones' no mundo.

Sem o Android, a Huawei arrisca-se a não conseguir convencer os clientes a comprarem os telefones da marca sem aplicações Gmail (correio), Maps (cartografia) ou YouTube (plataforma de vídeos), apenas algumas das mais conhecidas.

Perante a inquietação dos utilizadores e das empresas norte-americanas, os Estados Unidos concordaram em adiar a medida por 90 dias antes de imporem sanções, de forma a permitir que a Huawei e os seus parceiros se adaptem.

Presente em 170 países, a Huawei é suspeita de espiar para Pequim, que terá contribuído largamente para a expansão internacional da empresa chinesa.

 

 

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