A estrela em causa tem a designação de "J0815+4729" e na sua atmosfera foram encontradas "grandes quantidades" de oxigénio, refere em comunicado o Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), em Espanha, que participou no estudo, publicado na revista da especialidade The Astrophysical Journal Letters.
Depois do hidrogénio e do hélio, o oxigénio é o elemento químico mais abundante do Universo e é essencial para a vida na Terra.
Contudo, o oxigénio não existia nos primórdios do Universo, tendo-se formado nas estrelas com grande massa, que "ultrapassam as 10 massas solares", ressalva o IAC.
A equipa de astrofísicos estudou a composição química da atmosfera da estrela "J0815+4729", que orbita o halo galático da Via Láctea (região em redor da galáxia) e se encontra a cerca de 5.200 anos-luz do Sol.
De acordo com dados recolhidos em observações feitas com o telescópio Keck, no Havai, nos Estados Unidos, a estrela ter-se-á formado nos primeiros 100 milhões de anos após o Big Bang (teoria que situa o início do Universo há cerca de 14 mil milhões de anos).
O autor principal do estudo, Jonay González Hernández, do IAC, sustenta, citado no comunicado, que a estrela "J0815+4729" nasceu "possivelmente a partir do material ejetado pelas primeiras supernovas [explosões de estrelas moribundas] da Via Láctea".
A estrela, descoberta em 2018 por uma equipa do Instituto de Astrofísica das Canárias, possui "grandes quantidades de carbono, azoto e oxigénio", que os cientistas quantificam como 10%, 8% e 3%, respetivamente, do que contém a atmosfera do Sol.
"Estrelas de halo como a 'J0815+4729' são estrelas verdadeiramente antigas, permitindo aos astrónomos estudarem a produção de elementos no princípio da história do Universo", conclui o IAC.