Segundo a agência de notícias espanhola Efe, os gigantes norte-americanos da internet informaram que o cancelamento se deve a uma alegada "violação das leis de exportação" dos Estados Unidos (EUA), por causa do embargo comercial e financeiro de Washington a Cuba.
Em comunicado publicado no portal Cubadebate, citado pela Efe, os responsáveis do programa de televisão Mesa Redonda protestaram contra "a arbitrariedade" da decisão, "sem direito a reclamar", considerando-a como "censura aos meios de comunicação cubanos".
Por seu lado, a Cubavisión Internacional considerou que "na origem destes acontecimentos está o alcance do 'bloqueio' económico, financeiro e comercial imposto pelo governo dos Estados Unidos (...) há mais de meio século".
As regras de serviço da Google estipulam que, "de acordo com as leis de exportação dos EUA, é possível que as transferências de aplicações Google Play para países embargados sejam proibidas".
O programa Mesa Redonda, criado pelo falecido ex-presidente Fidel Castro há mais de duas décadas, abriu um canal no YouTube em 2009 e tinha mais de 19.000 assinantes.
A televisão estatal cubana, com transmissões internacionais por satélite e 'streaming', tinha cerca de 8.000 seguidores.
Esta não é a primeira vez que empresas norte-americanas fecham páginas dos meios de comunicação cubanos e funcionários públicos nas redes sociais.
Em 2019, o Twitter suspendeu as contas dos principais meios de comunicação social de Cuba, durante um discurso televisivo do Presidente do país, Miguel Díaz-Canel, que dava conta de uma crise de abastecimento de combustível.
As contas das redes sociais do diário Granma, órgão do Partido Comunista cubano, Cubadebate, Rádio Rebelde e Canal Caribe, foram canceladas no passado, tal como as dos perfis do ex-Presidente cubano Raúl Castro e da filha, Mariela Castro, congressista e líder do movimento pró-LGBT.
Em 2011, o YouTube fechou o canal Cubadebate.
Os Estados Unidos e Cuba vivem atualmente um dos piores momentos nas suas relações bilaterais, oficialmente restabelecidas em 2015 como parte do "degelo" promovido pelos ex-presidentes Barack Obama e Raúl Castro.
A chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2017, fez retroceder a política dos EUA em relação a Havana, reforçando as restrições ao embargo imposto desde 1962 ao país comunista.